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Omega Energia lança sistema digital para vender produção de usinas no mercado livre

08 set 2020, 14:23 - atualizado em 08 set 2020, 14:23
Ômega Geração
Para atuar no mercado livre, empresas precisam ter carga de energia a partir de 0,5 megawatt, o que representa uma conta de luz na casa de 40 mil reais por mês, nos cálculos do executivo (Imagem: Reprodução/Ômega Geração)

A empresa de energia renovável Omega Geração (OMGE3) lançou nesta terça-feira uma plataforma eletrônica de venda de contratos no mercado livre de eletricidade, ambiente em que consumidores como indústrias e comércios podem negociar o suprimento diretamente com produtores e comercializadoras.

A companhia, do mesmo grupo da listada Omega Geração, espera que a ferramenta permita o fechamento de operações com clientes de menor porte em volume suficiente para viabilizar a construção de novas usinas num futuro próximo.

“O objetivo é aproximar quem produz, que somos nós, que temos ativos eólicos, solares e pequenas hidrelétricas, do cliente final.

Isso de uma forma mais estruturada e com maior intensidade”, disse à Reuters o presidente do grupo Omega, Antonio Bastos Filho.

“É uma plataforma digital para negociar energia com clientes menores, com mais capacidade de vender para um número maior de clientes e impactar eles positivamente, via competitividade”, acrescentou ele, ao destacar que essas fontes renováveis já são as que oferecem energia a menor preço no Brasil.

Para atuar no mercado livre, empresas precisam ter carga de energia a partir de 0,5 megawatt, o que representa uma conta de luz na casa de 40 mil reais por mês, nos cálculos do executivo.

Ele destacou, no entanto, que muitos dos empresários que poderiam acessar esse segmento não têm conhecimentos avançados sobre o mercado de energia e serão favorecidos com um sistema digital que facilite as transações.

Na plataforma da Omega, os interessados entram com informações sobre seu perfil de consumo e recebem em seguida uma oferta vinculante de venda de energia da empresa, em proposta de contrato com 100% de flexibilidade para os volumes consumidos.

No alvo da ferramenta da Omega estão principalmente consumidores livres de médio e pequeno portes, com carga de entre 0,5 megawatt e 3 megawatts, um universo que inclui redes de supermercado, por exemplo, disse Bastos.

“Isso representa um mercado de 8 bilhões de reais em empresas que já estão no mercado livre. E mais uns 3 bilhões a 4 bilhões de reais em outros que não estão, mas poderiam ir.”

Questionado sobre a possibilidade de contratos firmados na plataforma servirem como base para a expansão do parque de usinas da Omega, o executivo disse esperar ver esses negócios ocorrendo em breve.

“Sem dúvida. Estimo que isso certamente vai ocorrer em algum tempo. Se formos muito rápidos, se conseguirmos ter um impacto pela simplicidade e pelo preço competitivo, no curto prazo, pode acontecer no segundo semestre ainda”, afirmou.

“Se for uma curva natural (de crescimento da plataforma), acho que ano que vem vamos começar a ver isso acontecer”, acrescentou ele, sem comentar o volume em novos projetos que poderia ser viabilizado com a nova forma de comercialização.

Como a Omega Geração, com ações em bolsa, investe apenas em ativos operacionais, essas usinas poderiam ser construídas por outras empresas do grupo, como a Omega Desenvolvimento, para posterior aquisição pela companhia.

Expansão do mercado

O lançamento da Omega vem em momento em que o Brasil discute uma reforma no setor elétrico que reduziria limites para que empresas possam atuar no mercado livre de energia.

Se aprovada a proposta, em tramitação no Congresso, o governo teria quatro anos para apresentar plano prevendo que todos consumidores, inclusive residenciais, possam negociar livremente sua energia, ao invés de terem distribuidoras obrigatoriamente como único fornecedor, como ocorre hoje.

Esses clientes residenciais, com pouco conhecimento técnico do setor, seriam um nicho importante para uma expansão mais significativa da plataforma digital da Omega, disse Bastos.

O lançamento da Omega vem em momento em que o Brasil discute uma reforma no setor elétrico que reduziria limites para que empresas possam atuar no mercado livre de energia (Imagem: Divulgação/Omega)

“O principal crescimento desse negócio é na hora em que o mercado livre expandir. A gente passa de um mercado de uns 10 bilhões de reais para 100 bilhões ou mais”, afirmou.

“Na prática, quero ver qualquer consumidor do Brasil comprando a expansão marginal de usinas renováveis, que é muito barata, muito limpa.”

O executivo disse ainda que a eventual retirada de um subsídio garantido pelo governo a usinas renováveis como eólicas e solares, na forma de desconto em tarifas pelo uso da rede, não impactará os planos de expansão da Omega.

A retirada gradual do desconto para novos projetos foi proposta pelo governo em medida provisória na semana passada e precisa passar pelo Congresso para ser transformada em lei.

“Sou anti-subsídios, as renováveis não precisam, elas já são a melhor alternativa em termos de preços e de meio ambiente. Não precisa, então para que você vai onerar o consumidor com um negócio que não é necessário?”, afirmou.

Em evento online para divulgar a nova ferramenta digital nesta terça-feira, a Omega anunciou também uma nova marca, com mudanças na identidade visual.

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