Destaques da Bolsa

Ações da Oncoclínicas (ONCO3) saltam até 18%, mesmo após prejuízo de R$ 1,88 bilhão; o que fazer com as ações?

17 nov 2025, 11:37 - atualizado em 17 nov 2025, 11:55
oncoclínicas
(Divulgação)

As ações da Oncoclínicas (ONCO3) operam entre os destaques da B3 no pregão desta segunda-feira (17), em reação ao balanço do terceiro trimestre de 2025. A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 1,88 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 3,1 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.

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Em termos ajustados, a empresa apurou prejuízo de R$ 97,9 milhões, em comparação com lucro de R$ 8,9 milhões no ano anterior.

A empresa adiantou que o desempenho foi impactado por duas provisões: uma de R$ 864,9 milhões e outra de R$ 67 milhões, bem como por duas baixas contábeis de R$ 466,2 milhões e de R$ 183,2 milhões.

Apesar dos números negativos, na B3 a companhia opera no positivo. Por volta de 11h30 (horário de Brasília), as ações ONCO3 disparavam 18,97%, a R$ 2,07. Acompanhe o tempo real.



Analistas do Safra veem os resultados do terceiro trimestre de 2025 da Oncoclínicas marcado por eventos extraordinários significativos, em um período de ajustes.

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“A Oncoclínicas reportou um 3T25 fortemente distorcido por diversos itens não recorrentes resultantes de decisões ruins do passado, como concentrar muito volume em pagadores com baixa pontuação de crédito, investir em centros de tratamento de câncer (hospitais) e manter grande parte do seu caixa em uma instituição financeiramente instável”, pontuam os analistas.

O banco mantém a recomendação underperform (equivalente à venda) para as ações. Na visão dos analistas, a avaliação (valuation) permanece cara para um ativo que continua passando por uma grande reestruturação e possui um balanço patrimonial ainda alavancado.

O Bradesco BBI avalia os resultados como mistos, com Ebitda abaixo da estimativa da casa, mas com uma queima de caixa menor, de R$ 170 milhões contra R$ 307 milhões na estimativa da casa, devido ao capital de giro.

Os analistas do BBI mantém a recomendação de Venda por enquanto, mas reconhecem uma melhora operacional entregue no 3T25 (margem e ciclo caixa) com riscos menores relacionados ao Unimed FERJ.

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Analistas do BTG Pactual avaliam que o terceiro trimestre da Oncoclínicas foi marcado por fortes ajustes não caixa e uma margem Ebitda estável na comparação anual.

“O período também incluiu diversos movimentos do processo de redefinição estratégica da companhia, como a mudança da carteira comercial com suspensão de serviços a pagadores em dificuldades, a venda de ativos hospitalares não essenciais e projetos BTS, e o aumento de capital voltado à aceleração da desalavancagem”, pondera o banco.

O BTG vê as recentes iniciativas reforçando a confiança da gestão no ciclo de melhora da Oncoclínicas. A geração de caixa mais saudável no trimestre, o ajuste comercial e a maior convergência com as fontes pagadores são passos corretos, na visão dos analistas.

No entanto, a alavancagem segue como principal desafio da companhia. Dessa maneira, o banco prefere aguardar evidências mais consistentes de disciplina na alocação de capital antes de adotar uma visão mais construtiva para a ação e mantém a recomendação neutra.

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“Em nossa avaliação, o desempenho do papel continuará altamente sensível ao ritmo de desalavancagem, que ainda
não se materializou”, diz o banco.

Aumento de capital da Oncoclínicas

Na última quarta-feira (12), a empresa informou que atingiu a subscrição mínima necessária para homologar seu aumento de capital, no valor de R$ 1 bilhão.

Este é o terceiro aumento de capital da Oncoclínicas em dois anos. Após uma trajetória de expansão, a companhia precisou recalcular a rota do negócio para lidar com dificuldades financeiras.

Nascida há 15 anos em Belo Horizonte (MG), a empresa surgiu com tratamentos oncológicos como o core do negócio. No entanto, após o IPO em 2021, a Oncoclínicas expandiu o foco de clínicas que realizavam o diagnóstico e tratamentos como radioterapia e quimioterapia para uma parte de alta complexidade do tratamento oncológico.

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Para fomentar a continuidade de expansão, a estratégia se voltou para aquisições de hospitais. O movimento, contudo, não deu certo, dada a falta de expertise para gerir outras áreas hospitalares além da oncológica.

Como resultado, a companhia, que chegou a adquirir três hospitais gerais e trabalhava na construção de três outros, vinha lidando com piora nos resultados, alta alavancagem e elevado consumo de caixa.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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