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Os desafios que ainda ficam para a Natura (NTCO3) após a venda da Aesop, segundo BTG

04 abr 2023, 19:44 - atualizado em 04 abr 2023, 19:44
Natura, NTCO3, ações
Natura tem grandes desafios a enfrentar nos próximos trimestres (Imagem: Money Times/Divulgação)

Analistas do mercado avaliaram de forma positiva a notícia de que a Natura (NTCO3) fechou um acordo vinculante com a L’Oréal para a venda da Aesop. Investidores também chegaram a receber bem o comunicado, fazendo com que as ações da empresa brasileira disparassem na abertura do pregão desta terça-feira (4).

O ânimo esfriou um pouco e levou a Natura para o território de queda. Os papéis da varejista encerraram com desvalorização de 3,39%.

Na avaliação do BTG Pactual, a venda da Aesop resolve alguns problemas da Natura, mas não todos. O banco enxerga dois grandes desafios à companhia para os próximos trimestres:

  • alta alavancagem no cenário de juros elevados (resolvido com a venda da Aesop); e
  • problemas na renovação das operações da Avon, tanto América Latina quanto Internacional, e da The Body Shop.

“Gostamos dos esforços para simplificar sua estrutura em meio ao cenário adverso, mas em termos de fundamentos, o curto prazo deve continuar desafiador, com margens pressionadas e receita fraca”, comentam analistas do banco, em relatório publicado nesta terça.

O BTG destaca que a Natura focou em crescimento global agressivo nos últimos anos, diversificando seus canais de vendas ao adquirir Aesop em 2012, The Body Shop em 2017 e Avon em 2019. Como consequência, a alavancagem financeira subiu e o ROIC (retorno sobre o capital investido) caiu.

“Mas a Natura concluiu dois aumentos de capital em 2020 (R$ 2 bilhões em maio; R$ 6 bilhões em outubro), fortalecendo sua posição de caixa e reduzindo a alavancagem financeira e a dívida denominada em dólares (28% da dívida bruta na época)”, ressalta o time de análise.

Porém, com a piora do cenário macroeconômico, a Natura começou a entregar resultados aquém das expectativas nos últimos trimestres na maioria de suas unidades de negócios. A companhia encerrou o quarto trimestre de 2022 (4T22) com 5,1 vezes dívida líquida/EBITDA (pós-IFRS16), aponta o BTG.

Dívida líquida

Pelos cálculos dos analistas, assumindo 100% do preço de venda da Aesop, de US$ 2,5 bilhões, a dívida líquida da Natura cairá para R$ 1,6 bilhão (caixa líquido), proforma 4T22 (0,8 vez caixa líquido/EBITDA proforma 4T22).

Assumindo também que o restante da Natura será negociado a 7,5x EV/EBITDA (valor da firma sobre resultado operacional) pós-IFRS16, contra mediana histórica de 15x desde 2019, o BTG vê potencial de alta de 33% nos níveis de preços atuais.

O BTG tem atualmente recomendação “neutro” e preço-alvo de R$ 18 para a varejista.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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