Ou o Brasil arruma a casa, ou vai perder o bonde (de novo)
Enquanto no Brasil sonhamos há anos com a queda dos juros, nos Estados Unidos o principal assunto entre os economistas e o mercado financeiro recai sobre quando o juro por lá irá subir do atual intervalo entre 0,25% a 0,5% (a taxa por aqui está em 14,25% ao ano). A melhor aposta está em um aumento em dezembro. Por que isso importa para nós?
Segundo o FMI, o Brasil é o país mais sensível a mudanças na taxa de juros americana. Os cálculos sugerem que para cada aumento de 100 pontos-base (1 ponto percentual) nos títulos da dívida americana de 10 anos – que sobe quando o juro corrente cresce -, o impacto na dívida interna brasileira é de 130 pontos-base. O estudo do FMI é do ano passado, mas ganha importância agora quando um aumento do juro nos EUA é iminente.
“Isso torna a normalização da política monetária do Fed [Banco Central americano] o risco mais importante para a economia brasileira nos próximos meses, em nossa opinião”, destaca o banco Santander em uma análise publicada esta semana. Uma saída para mitigar esse efeito, como sugere o economista Luciano Sobral, é arrumar a casa. Eu acho melhor torcer para o juro nos EUA ficar para o ano que vem.