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Pão de Açúcar: resultados foram fortes, mas ação não tem mais para onde subir

07 maio 2021, 14:31 - atualizado em 07 maio 2021, 14:31
Pão de Açúcar PCAR3
Para a XP Investimentos, o e-commerce teve forte desempenho, atingindo R$ 1,3 bilhão e 5,7% das vendas de alimentos (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Os resultados do Pão de Açúcar (PCAR4) agradaram, de modo geral, os analistas. A varejista reportou lucro líquido de R$ 127 milhões, ante o prejuízo de R$ 119 milhões do ano passado.

Já a receita líquida somou R$ 12,45 bilhões, alta de 4,9%, enquanto as vendas mesmas lojas caíram 0,7%, pressionadas por impactos da pandemia nas operações do grupo Êxito na Colômbia e Uruguai.

Para a XP Investimentos, o e-commerce teve forte desempenho, atingindo R$ 1,3 bilhão e 5,7% das vendas de alimentos, além do avanço de outras iniciativas digitais, como a carteira digital e a adição no número de sellers no marketplace.

Houve ainda uma forte penetração das marcas próprias do grupo, com 20,9% das vendas de alimentos, o que contribuiu para rentabilidade da companhia.

O BB Investimentos afirma que os números foram positivos, mesmo com alguns contratempos.

“Dado que o primeiro trimestre foi negativamente impactado por uma forte base comparativa de vendas, restrições ao funcionamento de lojas aos finais de semana em algumas localidades e fim do auxílio emergencial, a queda de receita em moeda constante do GPA era esperada, mas veio inferior às nossas estimativas”, observaram os analistas Georgia Jorge e Richardi Ferreira.

A dupla diz ainda que a margem Ebitda, que mede o resultado operacional, ajustada veio em 7,5%, 1,7 ponto percentual superior no ano e em linha com as estimativas, beneficiada pela otimização das despesas com marketing e aumento da produtividade em lojas em ambas as divisões de negócios.

Vendas sobre mesma loja decepcionam

Na visão do BTG Pactual, o formato o hipermercado e a bandeira Pão de Açúcar foram os destaques negativos, com as vendas sobre mesma loja (SSS) caindo de 3,9% e 1,0% no ano, respectivamente, enquanto supermercados (Mercado Extra e Compre Bem) e lojas de bairro apresentaram crescimento de SSS de 5% e 38%, respectivamente.

“Os resultados do GPA mostraram uma tendência de receita líquida mais fraca do que a esperada no trimestre, embora também deva ter um desempenho inferior ao de seus principais pares listados no Brasil durante este período, limitando a alta de curto prazo”, argumentam os analistas Luiz Guanais, Victor Rogatis, Ricardo Cavalieri e Luiz Temporini, que assinam o relatório.

Já a Ativa lembra que devido ao movimento de migração de pessoas para fora das grandes metrópoles do país, o SSS do formato Pão de Açúcar – que possui a maioria das suas lojas nas cidades grandes – teve desempenho prejudicado.

Hora de comprar?

Mesmo com os números considerados positivos, os analistas não veem espaço para mais altas. Os papéis acumulam elevação de 20,2% no último mês, após uma expressiva queda do papel ocorrida devido a cisão do Assaí (ASAI3).

“No momento, entendemos que o preço corrente do papel já reflete o que consideramos o preço justo de PCAR3 para o final de 2021 (preço-alvo em R$ 42,50), razão pela qual rebaixamos nossa recomendação de compra para neutra”, argumenta o BB.

Para o BTG, a valorização das ações depende do valuation de Soma das Partes por unidade dos diversos ativos do balanço (especialmente Almacenes Éxito e CNova).

Veja as recomendações:

Corretora Recomendação Preço-alvo
Ativa Compra R$ 40,7
XP Neutra R$ 39
BB Neutra R$ 42,50
BTG Compra R$ 47

 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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