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Para Safra, ainda é cedo para afirmar que o Banco do Brasil (BBAS3) chegou ao ‘fundo do poço’

15 ago 2025, 12:57 - atualizado em 15 ago 2025, 15:23
Banco do brasil dividendos fundo imobiliário vende agência
(Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

Para o Safra, o resultado do Banco do Brasil (BBAS3) confirmou a expectativa de um ambiente persistentemente deteriorado com a queda de 60% do lucro líquido no ano a ano para R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre (2T25). 

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“Ainda não é possível afirmar que a situação chegou ao fundo do poço, já que as tendências de qualidade dos ativos ainda são ruins em todos os setores”, avaliaram os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre em relatório. 

A equipe do Safra destacou o aumento de 140 pontos-base na comparação trimestre a trimestre na inadimplência da carteira rural — o que pressionou os resultados do BB. Para eles, a tendência é de que a inadimplência continue a crescer devido aos empréstimos que vencem entre junho e julho. 

Os analistas também chamaram a atenção para a piora na composição entre a carteira rural ordinária e renegociada. “A primeira caiu R$ 7 bilhões sequencialmente, enquanto a segunda cresceu na mesma quantia, o que sustenta a necessidade de mais provisões no futuro”, escreveram os analistas. 

Por outro lado, a margem financeira (NII) de R$ 25,1 bilhões no 2T25 veio 4% maior do que o estimado pelo Safra — e apontado como um dos destaques positivos do balanço. “Houve um efeito negativo líquido de R$ 700 milhões na NII, relacionado a uma mudança contábil.”

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“A empresa mencionou, durante a teleconferência, sua forte capacidade de geração de receita e a reprecificação em parte da carteira de Pessoas Físicas”, diz o relatório. 

Meta alta para ser alcançada

Para os analistas do Safra, a projeção de lucro líquido de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões em 2025 “ainda parece uma meta alta para ser alcançada”. 

“Se a empresa conseguir entregar esse resultado, isso provavelmente será atribuído à contribuição da  margem financeira (receita de juros; NII), que foi uma surpresa positiva no trimestre, considerando o esforço do banco para aumentar os rendimentos e reprecificar algumas carteiras”, afirmaram Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre em relatório. 

Ainda entre as projeções apresentadas pelo BB, o Safra destaca a revisão para a margem financeira (NII) para R$ 103 bilhões a R$ 105 bilhões neste ano, além do ajuste das provisões líquidas para a faixa de R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões. 

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“Isso implica um declínio de 28% ano a ano na NII ajustada ao risco, usando o ponto médio das projeções”, disseram os analistas. 

Ação BBAS3 está cara

Para o Safra, BBAS3 é negociada a um múltiplo de 5 vezes o lucro por ação (P/E) projetado para 2025 — considerando o ponto médio da projeção do lucro líquido em R$ 23 bilhões no ano — o que “não é tão barato quanto em anos anteriores”. 

“O novo payout de 30% totaliza R$ 6,2 bilhões em juros sobre o capital próprio, um rendimento bruto de 5,4% (4,6% líquido), o que não é favorável para uma tese de dividendos”, avaliaram os analistas. 

O banco tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 25 nos próximos 12 meses — o que representa um potencial de valorização de 26% sobre o preço de fechamento de ontem (14) antes da divulgação do balanço

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Nesta sexta-feira (15), BBAS3 opera instável no Ibovespa (IBOV). Na abertura, as ações caíram mais de 4%. Ainda pela manhã, porém, inverteram o sinal e passaram a subir mais de 2% após leilões por oscilação máxima permitida. Acompanhe o Tempo Real. 



O Safra anteviu a possível reação positiva. No relatório sobre o resultado, os analistas afirmaram que os investidores que responderam à pesquisa sobre o BB esperavam o ponto médio da projeção em torno de R$ 20 bilhões e tinham uma postura pessimista em relação à empresa. 

Contudo, alguns deles poderiam interpretar os resultados do segundo trimestre como positivos, devido ao resultado final já antecipado e à projeção melhor do que o esperado. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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