Mercados

Pausa fake: Jerome Powell confirma novas altas de juros ainda este ano

21 jun 2023, 14:29 - atualizado em 21 jun 2023, 14:29
Jerome Powell Federal Reserve
Presidente do Fed participa de audiências no Congresso, com política monetária em foco.

O presidente do Banco Central norte-americano, Jerome Powell, participa nesta quarta-feira (21) da primeira de duas audiências protocolares diante do Capitólio.

No script do dia, combate à inflação, aperto monetário, custo de capital mais caro para famílias e pequenos negócios, além da estabilidade do setor financeiro.

Sabatinado por democratas e republicanos, o chefe do BC reiterou o compromisso da autoridade monetária com a convergência da inflação de volta aos 2% por ano, além da ancoragem das expectativas. Sem estes compromissos, disse Powell, a autarquia fica fragilizada em cumprir o duplo mandato constitucional, que é a garantia do pleno emprego e a estabilidade de preços.

O presidente do Fed também deixou claro que há “um longo caminho pela frente” para controlar a inflação, embora reconheça melhores ajustes no mercado de trabalho.

Com esta declaração, que já havia aparecido na coletiva da semana passada, fica implícito a continuidade do aperto no segundo semestre do ano.

Corrobora tal projeção a mensagem deixada por Powell nas notas preparatórias para a audiência de hoje. “Quase todos os membros do Fomc esperam que será apropriado novas altas em algum momento deste ano”, diz o documento.

A mediana dos membros do Fomc para a taxa terminal dos Fed Funds subiu para 5,6%, de 5,1% anteriormente. A projeção foi divulgada na decisão monetária do último dia 14.

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‘Velocidade de aperto não é mais importante’, diz Powell

Perguntado sobre o significado da pausa anunciada na semana passada, o presidente do Fed avaliou que a velocidade com que se faz o aperto monetário deixou de ser a variável mais importante para a autoridade.

Powell argumentou que, se no início do ciclo se impunha a necessidade de altas sequenciais de 0,75 ponto percentual e 0,5o ponto percentual, com a aproximação de níveis restritivos para os juros, os incrementos passam a ser menos ‘largos’.

“Quando você está dirigindo e chega próximo da destinação, você diminui a velocidade”, metaforizou o presidente.

No enigma de Jerome Powell, um recado ficou claro para os investidores em 2023: enquanto o Fed pensa em altas mais espaçadas, esperar por corte de juros no final do ano é quase uma ilusão.

Postura hawkish pegou mal nos mercados

Se os mercados esperavam alguma suavização da mensagem do Fed, ela provavelmente não virá nem hoje e nem amanhã. E o ‘recálculo da rota’ parece ocorrer à custa do bom humor em Wall Street.

Por volta das 14h, o índice das Blue Chips ameircanas, Dow Jones Industrial Average (DJIA), recua 0,06% e o S&P 500 (SPX) cai 0,31%. Já o Nasdaq Composite (US100), o índice acionário mais sensível às variações e expectativas de juros na economia, cai mais de 1,0%.

Na contramão do mercado de ações, o mercado de títulos registra inclinação da curva de juros nas duas pontas, à medida que se aumenta expectativa por novas altas do Fed.

As Treasuries de 2 anos rendem 4,720%, subindo 0,03 ponto percentual (pp.) com relação ao dia anterior; já as Treasuries de 10 anos rendem 3,763%, com avanço de 0,0398 pp. no intradia.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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