Economia

PEC de Transição vai pressionar a inflação se não for controlada; entenda

27 nov 2022, 9:00 - atualizado em 25 nov 2022, 16:29
Renda Fixa
(Imagem: Mehaniq)

O arcabouço fiscal e 2023 entrou de vez no radar do mercado. De acordo com o Boletim Macroeconômico, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), este é o principal tema do debate doméstico atual.

O motivo é que o setor público terá um déficit no ano que vem, puxado pela intenção do governo de ampliar os gastos fora do teto para bancar o Auxílio Brasil em R$ 600 e ampliar a parcela para as famílias com crianças com menos de seis anos.

A PEC de Transição, que foi apresentada pelo governo eleito e está sendo negociadano Senado, pede uma licença para gastar de R$ 198 bilhões. Mas textos alternativos tentam reduzir esse valor para menos de R$ 100 bi.

“Um waiver da ordem de R$ 200 bi ao ano gerará uma expansão de gastos de R$ 1 trilhão em cinco anos. Ou seja, cerca de 10% do PIB de gastos diretos, aos quais se somarão os juros que incidirão sobre a dívida pública que terá de ser emitida para financiar esse aumento de gastos”, diz o relatório.

Segura a inflação

O aumento permanente de gastos deve maior pressão inflacionária. “Isso vai acarretar uma maior depreciação cambial, mais pressão sobre a inflação corrente e futura, contaminando as expectativas inflacionárias”, afirmam os economistas Armando Castelar e Silvia Matos, do Ibre.

Com isso, o Banco Central pode iniciar um novo ciclo de aperto monetário ou segurar a Selic no patamar de 13,75% ao ano por mais tempo.

Além disso, também é projetado um aumento da despesa com juros sobre a dívida pública, dificultando ainda mais o quadro das contas públicas.

“É importante enfatizar que, se quisermos gastar mais com o social, temos que reduzir outros gastos não-sociais e/ou encontrar novas fontes de receitas tributárias. O problema não são os gastos sociais que são necessários, mas sim como financiá-los.”

Siga o Money Times no Facebook!

Conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Clique aqui e comece a seguir a página do Money Times no Facebook!

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.