Política

Penúria financeira: fomos irresponsáveis com sociedade, diz ex-governador do ES

09 fev 2019, 14:18 - atualizado em 09 fev 2019, 14:22

O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung declarou na última quinta-feira (7), durante um debate conjunto com o ex-governador e atual senador de Minas Gerais Antonio Anastasia, que a gestão pública foi irresponsável com o presente e com as gerações futuras. Intitulada “Os Estados por um fio: como sairão do fundo do poço?”, a palestra foi promovida pela Fundação Fernando Henrique Cardoso e teve como tema central a condição atual de diversas unidades federativas que declararam situação de calamidade financeira.

Hartung destacou a desorganização da gestão pública ao defender que o problema enfrentado pelos estados não é apenas de natureza econômica, mas também estrutural, e acrescentou: “A crise não pertence só aos estados. Pouco se fala da situação, principalmente fiscal, dos municípios brasileiros”.

Anastasia se referiu ao presente quadro federativo como um “estrangulamento absoluto, não só sob o ponto de vista fiscal, como também das competências, das atribuições e da respeitabilidade da federação brasileira”.

No início do ano, os governadores de Roraima, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Goiás vieram a público para decretar estado de calamidade financeira, um quadro semelhante visto também no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais desde 2016.

Ambos os ex-governadores, no entanto, concordaram que o problema já era velho. “O início do século permitiu que houvesse um ‘respiro’ para a expansão econômica”, explicou Anastasia. “Então veio a crise de 2008, e depois 2009. A receita caiu R$ 2 bilhões em Minas Gerais, e acredito que isso também tenha acontecido no Espírito Santo e nos demais estados. Foi de fato algo terrível. Não houve recuperação a partir daí”.

A saída proposta por Anastasia, também vista como solução por Harung, é a descentralização da mentalidade dominante na esfera política. “O presidente da República no Brasil é quase um monarca imperial”, afirma o mineiro.

“Muitos dos políticos que tomaram posse alguns dias atrás não querem colocar a mão na massa”, revela Harung. “O que sinto dos novos governos é que estão todos empurrando para frente até que uma oportunidade apareça.”

Para o capixaba, o governo precisa adotar um sentido de prioridade. “A agenda estratégica para empurrar o país para frente está congestionada. Não vai dar para tocar, simultaneamente, todos os temas que precisamos cuidar. Tem que ter sentido de prioridade. E qual é a prioridade? A reforma da Previdência, colocando os estados juntos e os grandes municípios também.”

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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