Mercados

Perigo Musk: governo dos EUA considera colocar ventures de bilionário sob revisão de segurança nacional

21 out 2022, 13:27 - atualizado em 21 out 2022, 13:27
Elon Musk
Elon Musk volta a protagonizar burburinhos do mercado nesta sexta-feira (Wikimedia Commons)

Elon Musk teve pouco tempo para se recuperar da repercussão mal-humorada dos resultados da Tesla e já volta a ser motivo de burburinho nos mercados.

Segundo notícia veiculada pela Bloomberg na quinta-feira (20) à tarde, a Casa Branca estaria cogitando colocar as ventures do bilionário sob revisão, alegando risco do comportamento das empresas à segurança nacional dos EUA.

A investigação teria dois alvos principais: a Starlink, programa de satélites e telecomunicações desenvolvido pela SpaceX, e a negociação de compra do Twitter.

Quanto ao programa de satélites, a Bloomberg reporta que oficiais do governo americano estariam desconfortáveis com uma declaração de Musk em sua conta oficial. No tweet, o empresário se queixa dos custos do fornecimento de serviços de telecomunicação via satélite para a Ucrânia, mas diz que ainda assim  “permanecerá financiando o governo ucraniano de graça”.

Semanas atrás, Musk já havia sido alvo de críticas do embaixador da Ucrânia nos Estados Unidos, que reagiu a uma série de tweets do empresário dando aval à política de anexação do Kremlin na Criméia e no Donbass.

A SpaceX estima que o apoio ao exército ucraniano representará um custo de US$ 400 milhões pelos próximos 12 meses.

Negociação com Twitter entra na linha de fogo e reflete política externa de Biden

A novela que envolve Elon Musk e o Twitter também chamou atenção do governo Biden, dado o suposto envolvimento de agentes estrangeiros na negociação. Entre eles, estariam o príncipe árabe Alwaleed bin Talal, um fundo soberano do Qatar e a plataforma de criptomoedas Binance (criada e gerenciada por Changpeng Zhao, um executivo canadense nascido na China).

A pressão do governo americano sobre a transação de US$ 44 milhões vai ao encontro da retórica cada vez mais inflamada contra Pequim.

Em documento que descreve a estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, Biden deixa explícito que o maior desafio do seu país será “superar a China […] já que este é o único país com a intenção de reformular a ordem internacional”.

Falas recentes de Elon Musk, todavia, contrariam a posição do governo Biden sobre a China. O bilionário é conhecido por ter laços com membros do Partido Comunista Chinês e, mais recentemente, disse que  Taiwan deveria conceder parte do poder da ilha ao governo continental.

Mais polêmicas marcam a reta final da novela Twitter-Musk

A justiça americana colocou o próximo dia 28 de outubro, isto é, semana que vem, como a data final para que o acordo litigado entre Musk e Twitter seja concluído. Analistas do mercado, contudo, avaliam que essa possibilidade seja remota.

Na teleconferência de resultados da Tesla, Elon comentou que “está obviamente pagando demais” pela rede social, mas acredita que pode tornar a empresa mais rentável quando fechar o seu capital. O bilionário pretende dobrar a receita do Twitter em três anos, através de um aumento do número de usuários diários e da contratação de um time de criadores profissionais com prioridade em publicações.

No entanto, é uma medida draconiana de corte de custos que tem gerado calor nos mercados: segundo notícia veiculada ontem pelo Washington Post, Elon Musk estaria considerando demitir cerca de 75% dos funcionários do Twitter. Com os cortes, a rede social passaria dos atuais 7,5 mil empregados para 2 mil trabalhadores.

A companhia veio à público hoje negar os rumores da demissão em massa.

Ações do Twitter em queda nesta sexta-feira

Pegas no turbilhão de notícias envolvendo o seu potencial comprador, as ações do Twitter (TWTR; TWTR34) caem 5% na Nasdaq, confirmando os sinais negativos do after market da quinta-feira.

O papel da empresa também reflete o péssimo dia para as empresas de mídias sociais, na esteira de um decepcionante resultado trimestral da Snapchat, que reportou um aumento anual de receita de 6%.

A dona do aplicativo de mensagens é primeira das grandes empresas de tecnologia a divulgar balanço trimestral e o resultado lança sombra sobre outras plataformas que dependem de receita de publicidade, como MetaAlphabet e Pinterest, que divulgam resultados na próxima semana.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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