Petlove entra com recurso contra combinação de negócios da Petz e Cobasi; PETZ3 sobe mais de 3%

Petz e Cobasi podem sofrer atraso na combinação dos negócios, após recurso da Petlove contra a operação (Imagens: Reprodução Petz/Cobasi)

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A Petlove entrou, nesta segunda-feira (23), com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a combinação de negócios das concorrentes Petz (PETZ3) e Cobasi. A empresa questiona o sinal verde dado pela área técnica do órgão antitruste para a operação.

No início deste mês, as gigantes do setor pet tiveram aprovação para a combinação dos negócios, sem restrições. A decisão se tornaria definitiva após 15 dias úteis, caso não houvesse manifestação pelo Tribunal do Cade ou recursos por terceiros interessados — prazo que expiraria hoje.

O movimento da Petlove pode atrasar a conclusão da operação.

Apesar da notícia, as ações PETZ3 operam em alta no Ibovespa (IBOV) no pregão desta segunda. Por volta de 11h (horário de Brasília), as ações subiram 3,48%, a R$ 4,26. Acompanhe o tempo real.

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Em sua análise, a Superintendência Geral Cade considerou como “mercado relevante” diversos pet shops, de tamanhos variados e o e-commerce. Esse aspecto é relevante para a aprovação sem restrições, mesmo que a combinação concentre duas gigantes do setor.

É justamente aí que a Petlove argumenta. Segundo a companhia, em outras análises em casos de combinação de negócio no varejo houve consideração do tamanho de lojas e diferenciação do online para presencial na definição do mercado relevante.

“O Parecer SG adota definição de mercado relevante excessivamente abrangente para os segmentos de varejo físico e online de produtos pet, abandonando critérios de diferenciação de players por porte, abrangência de portfólio, modelo de negócios e perfil de consumo já consolidados na prática decisória do Cade envolvendo setores análogos de varejo”, diz o documento.

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A Petlove reivindica a desaprovação da combinação dos negócios, ou, ao menos, a imposição de restrições no caso do avanço, os chamados “remédios”.

“A Petlove requer que o Tribunal do Cade conheça e dê provimento ao recurso, reexaminando a operação com o devido aprofundamento técnico e jurídico. A Petlove entende que a operação deve ser reprovada. Subsidiariamente, caso aprovada, requer a imposição de remédios estruturais e comportamentais robustos, capazes de preservar a concorrência, garantir a contestabilidade do mercado e mitigar os relevantes efeitos anticompetitivos identificados”, diz.

Fusão Petz e Cobasi

A Petz será fundida com a divisão Cobasi Investimentos, que então será incorporada pela Cobasi S.A. No fim, a Petz se tornará uma subsidiária da Cobasi, com uma unificação das bases acionárias das companhias.

A companhia resultante da fusão nasce com uma receita líquida combinada de R$ 6,9 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões e mais de 20 marcas próprias de produtos de higiene, alimentação e lifestyle animal.

Com a operação, os investidores da Petz passarão a deter 52,6% das ações de emissão da companhia combinada. Já os acionistas da Cobasi serão titulares das demais ações da empresa resultante da fusão, representando 47,4% do capital social.

Os acionistas da Petz receberão 0,0090445 ação da Cobasi por cada papel PETZ3 por eles detidos na ocasião do fechamento da operação.