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Petrobras (PETR4): BTG corta R$ 14 do preço-alvo; qual motivo do pessimismo? Veja potencial

20 maio 2025, 13:00 - atualizado em 20 maio 2025, 17:40
Petrobras
Os analistas agora projetam o petróleo Brent a US$ 65, ante os US$ 70 anteriores, com custos de extração ligeiramente acima (Imagem: dabldy/iStock)

O ano parecia promissor para a Petrobras (PETR4). As ações caminhavam para renovar máximas, impulsionadas por bons resultados. Porém, a empresa não contava com o impacto das tarifas impostas por Donald Trump, que derrubaram o preço do petróleo de US$ 85 para a casa dos US$ 60.

Para analistas, a commodity deve permanecer nesse patamar por um bom tempo. Esse cenário levou o BTG Pactual a revisar para baixo o preço-alvo da ação em R$ 14, de R$ 58 para R$ 44 — ainda assim, potencial de alta de 37%. A recomendação segue de compra.

Nesta terça-feira (20), PETR4 encerrou a sessão com alta de 0,41%, a R$ 32,11. No ano, a ação acumula queda de 9,14%.



Queda do Brent

Os analistas agora projetam o petróleo Brent a US$ 65, ante os US$ 70 anteriores, com custos de extração ligeiramente acima das expectativas e uma trajetória de capex (investimentos) mais alinhada ao guidance (projeções) da companhia.

Esse novo cenário resulta em maior alavancagem e menor flexibilidade para distribuição de dividendos, segundo o banco.

“Continuamos vendo a Petrobras como uma operadora de alta qualidade, mas com um potencial de valorização mais contido no curto prazo”, escrevem os analistas.

Dividendos em risco?

De acordo com o BTG, como em qualquer empresa do setor, o potencial de dividendos da Petrobras está diretamente ligado ao preço do petróleo.

“Com o petróleo mais baixo e maior intensidade de capex, por conta da estratégia de adoção de FPSOs (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo e Gás, em português) próprios (em vez de leasing), a margem para distribuições agora é mais estreita.”

Os analistas estimam um dividend yield de 12% para 2025 e de 14% para 2026, mas alertam que o balanço de riscos está enviesado para o lado negativo.

“Embora a mudança para FPSOs próprios possa reduzir custos no longo prazo, ela exige maiores desembolsos iniciais de capital — justamente em um momento de pressão sobre os preços do petróleo.”

O que pode mudar a visão sobre a Petrobras?

Na visão do BTG, três cenários poderiam melhorar a perspectiva da companhia:

  1. recuperação do Brent para a faixa entre US$ 70 e US$ 75, o que aumentaria de forma significativa a capacidade de pagamento de dividendos;
  2. capex abaixo das estimativas, algo historicamente comum na Petrobras, o que poderia liberar caixa no curto prazo;
  3. ciclo eleitoral de 2026, que pode começar a influenciar positivamente o sentimento de mercado, a depender de maior visibilidade macroeconômica e fiscal — com impacto direto no risco-país e no custo de capital do acionista.

“A Petrobras pode não ser mais o destaque óbvio de antes, mas continua atrativa. A combinação de ativos de base sólidos, competitividade em custos e um dividend yield razoável ainda oferece valor dentro do setor de produção na América Latina”, conclui o BTG.

PRIO ganha preferência

Apesar de manter uma visão construtiva sobre a Petrobras, o BTG prefere a PRIO (PRIO3), citando maior potencial de valorização e flexibilidade no capex, o que proporciona maior alavancagem ao preço do petróleo, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador.

Na semana passada, o banco reduziu o preço-alvo da PRIO de R$ 68 para R$ 65, o que ainda representa um potencial de valorização de cerca de 60%.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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