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Petrobras (PETR4): Chegou a hora de vender as ações da estatal?

24 maio 2022, 9:57 - atualizado em 24 maio 2022, 9:57
Jair Bolsonaro
BTG disse que teme que o verdadeiro teste ainda esteja por vir. (Imagem: Flickr/Isac Nóbrega/PR)

As primeiras análises sobre a nova troca de CEOs na Petrobras (PETR4) citam um desconforto e até medo por parte do acionistas minoritários, mas ressaltam a importância da governança da empresa e da Lei das Estatais.

Entre os grandes bancos, a XP Investimentos segue com recomendação de compra para os papéis, enquanto o BTG Pactual continua com classificação “neutra” para as ações da estatal. A corretora Genial Investimentos está com avaliação sob revisão.

A XP disse que a notícia é negativa para a Petrobras, avaliando que a alta rotatividade não é saudável para nenhuma empresa, mas disse que não vê uma sinalização de mudança na política de preços de combustíveis.

Primeiro, ponderou, porque a Lei das Estatais e o estatuto da Petrobras ainda blindariam a empresa de subsidiar combustíveis como no passado.

“Em segundo lugar, Caio [Paes de Andrade] é fortemente ligado a Paulo Guedes, que não é a favor de mudanças na política de preços de combustíveis da Petrobras”.

Para a XP, “mesmo com tanto barulho político”, a Petrobras é um caso “assimétrico, respaldado por um múltiplo muito baixo (2,4x EV/Ebitda 2022 versus 3,4x das grandes petrolíferas ocidentais) e um forte fluxo de dividendos (yield de 24 % para 2022 e ~100% para os próximos 5 anos)”.

A corretora tem preço-alvo de R$ 47,80 para as ações brasileiras (PETR3/PETR4) e US$ 18,40 para as ADRs (PBR/PBR.A). As ADRs no pré-mercado em Nova York desabavam 11% nesta manhã. 

BTG: Pior pode estar por vir

O BTG destacou que a governança corporativa da Petrobras evitou “até agora” interferências mais diretas, mas disse que teme que o verdadeiro teste ainda esteja por vir.

“Em última análise, achamos que o novo CEO enfrenta um dilema difícil: como preservar o próprio emprego seguindo as políticas da empresa e sem comprometer a disponibilidade de combustível no Brasil?”.

Para o BTG, trazer os preços para o PPI (preços de paridade de importação) é importante para manter um abastecimento saudável de combustível para o país, que depende de importações para que a oferta seja suficiente para atender a demanda.

O banco avalia que o governo está cada vez mais consciente de que tem pouco a fazer sobre as decisões diárias da empresa e que o ônus político associado aos altos preços dos combustíveis recai quase inteiramente sobre ele.

O BTG disse ainda que, em uma visão mais otimista, a situação favoreceria a tese da privatização, já que uma Petrobras que não fosse estatal poderia libertar o governo do escrutínio de “seu limitado poder de controlar a inflação dos combustíveis”.

“Tendemos a concordar, mas achamos que esse é um resultado ainda mais improvável em ano eleitoral”, afirmou.

O BTG lembrou que há algumas semanas notícias vêm relatando que o governo estaria avaliando mudanças que vão além da presidência da Petrobras. Se concretizado, avaliou, isso seria recebido negativamente pelos investidores.

“A preservação da maior parte da equipe de gestão nas mudanças anteriores de CEO foi uma medida muito necessária para proporcionar algum senso de continuidade. Qualquer alteração a isso poderia corroer ainda mais a percepção de risco”.

O banco notou que o Ministério da Energia disse que deve buscar um setor energético mais equilibrado para que as condições necessárias para o crescimento do emprego e da renda sejam mantidas.

“Para nós, parece que o governo está buscando uma nova forma de equilibrar as políticas de Petrobras com o objetivo de evitar novos aumentos nos preços dos combustíveis”, disse o BTG.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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