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Petrobras (PETR4): Com novo CEO, é hora de comprar ou vender as ações da estatal?

29 mar 2022, 10:42 - atualizado em 29 mar 2022, 10:49
Petrobras
Credit Suisse disse que não espera mudanças significativas na política de preços da Petrobras. (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Analistas do mercado reconhecem um nome “técnico” no economista Adriano Pires, indicado do governo para a presidência da Petrobras (PETR4), mas se dividem quanto ao que definem como “ruído político” de uma troca de comando da empresa em ano eleitoral.

No geral, as recomendações sobre os papéis seguem as mesmas de antes do anúncio da mudança de CEO: de compra (ou equivalentes) e “neutra”, mostram relatórios enviado à clientes nesta terça-feira (29).

O Bradesco BBI comentou que, quando se trata da Petrobras, “qualquer mudança em sua alta administração levanta preocupações sobre o que isso pode significar em termos de política de preços/investimentos da empresa”.

“Silva e Luna estava fazendo um ótimo trabalho preservando o papel da empresa na sociedade junto com a proteção dos direitos dos acionistas minoritários. Sua saída provavelmente levará a alguma volatilidade”, disse.

O banco pondera que, entre os vários candidatos a substituir Silva e Luna, Pires “é uma boa escolha”. “Ele tem uma sólida experiência como consultor e possui ideias pró-mercado”, disse a instituição em relatório assinado por Vicente Falanga e Ricardo França.

Os analistas do Bradesco BBI lembram que o economista se posicionou favoravelmente à privatização da Petrobras em “várias ocasiões”.

“A questão chave é se a nomeação do Pires neste momento estava condicionada à sugestão de uma nova política de preços. Dado o histórico técnico/pró-mercado do novo CEO, não acreditamos que ele proporia algo prejudicial para a empresa”, disse.

Mudança na política de preços?

O Bradesco BBI diz que descarta sugestões como uma metodologia de precificação de média móvel nos preços dos combustíveis. “Dado o histórico do Pires, alguns investidores também acreditam que a posição de CEO pode mais uma vez ser potencialmente vulnerável se os preços do petróleo sofrerem ainda mais estresse”.

Para o banco, nos últimos anos a governança da Petrobras nos mostrou que a empresa foi blindada por seu estatuto e pela lei das estatais do Brasil. “A mudança de CEOs no passado recente não trouxe grandes implicações para a política de preços da empresa”, lembra.

Para o BTG Pactual, é possível que a troca de CEOs signifique pouco em termos de interferência direta na estratégia de precificação de combustíveis da empresa.

“Os estatutos da Petrobras estabelecem que os diretores e membros do conselho são legalmente responsáveis por quaisquer decisões politicamente motivadas que resultem em perdas financeiras para a empresa”, disse o banco em relatório assinado por Pedro Duarte e Thiago Soares.

“A menos que o acionista controlador da Petrobras tente mudar isso, a empresa continuará a seguir uma estratégia semelhante, com os preços dos combustíveis domésticos convergindo para o IPP no médio prazo, embora possivelmente ficando para trás no curto prazo, enquanto os preços do petróleo continuarem subindo”.

O Credit Suisse disse que não espera mudanças significativas na política de preços da Petrobras ou na estratégia geral da empresa focada em E&P em águas ultraprofundas e pré-sal, segundo relatório assinado por Regis Cardoso e Marcelo Gumiero.

O banco lembra, em artigo publicado no Poder360, que Pires se opôs a qualquer interferência direta nos preços da refinaria da Petrobras como solução para os problemas de preços de combustível no Brasil.

“Ao contrário, ele propõe outras soluções, como um fundo de estabilização de combustíveis ou subsídios temporários para mitigar a volatilidade dos preços no curto prazo”, disse o Credit Suisse.

É hora de comprar Petrobras (PETR4)?

O UBS BB comentou que continua reiterando a visão de que a Petrobras manterá sua política de precificação de combustíveis, mesmo que ligeiramente abaixo da paridade por algum período de tempo.

O banco vê a estatal se beneficiando do cenário macro internacional, com preço do petróleo tipo Brent a US$ 95 em 2022, segundo projeções da casa.

Veja o preço-alvo e recomendações para os papéis da estatal:

  • UBS BB: R$44, compra;
  • Bradesco BBI: R$ 50, compra;
  • Genial Investimentos: em revisão;
  • XP Investimentos: R$ 45,30, compra;
  • BTG Pactual: US$ 15 por ADR, neutro;
  • Credit Suisse: US$ 17 por ADR, outperform.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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