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Petrobras (PETR4): Dois pontos acendem alerta de analistas; veja o que fazer com as ações após o 1T25

13 maio 2025, 12:17 - atualizado em 13 maio 2025, 12:22
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A Petrobras divulgou seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2025 (Imagem: iStock/simonmayer)

Os números do primeiro trimestre de 2025 da Petrobras (PETR4) frustraram as estimativas de diversos analistas e as ações da petrolífera abriram o pregão desta terça-feira (13) em queda.

Por volta de 12h (horário de Brasília), PETR3 (ação ordinária) recuava quase 1%, a R$ 33,82, enquanto PETR4 (ação preferencial) oscilava entre queda e alta de 0,03%, cotada a cerca de R$ 31,64. Acompanhe o tempo real.



No período de janeiro a março deste ano, o lucro líquido atingiu R$ 35,2 bilhões, alta de 48,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior

O Capex (investimentos) chegou a US$ 4,1 bilhões no período, 29,1% inferior ao quarto trimestre do ano passado. Por outro lado, o resultado representa um aumento de 33,6% em comparação ao ano passado.

A Petrobras também informou que vai pagar R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), o que representa R$ 0,91 por ação.

Segundos analistas, dois pontos acedem sinal amarelo: os investimentos e o preço do petróleo, que saiu da casa dos US$ 80 para US$ 60.

Nem bom, nem ruim

Para o BTG Pactual, os resultados não foram ótimos, no entanto, também não foram terríveis.

A equipe de analistas liderada por Luiz Carvalho pontua que o capex, que era uma preocupação de parte dos analistas, se normalizou após o pico do trimestre anterior.

Isso, segundo eles, aponta para a projeção de 2025, colocando os dividendos para um patamar levemente abaixo do consenso para o primeiro trimestre de 2025.

Já o lifting cost (um custo operacional da produção do petróleo) se manteve estável. No entanto, a alavancagem líquida está agora em 1,45 vez, e a dívida bruta alcançou US$ 65 bilhões com o petróleo a US$ 70 por barril, deixando uma margem de segurança mais apertada.

Os analistas notam ainda que o Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) de R$ 62,3 bilhões reportado para companhia, crescimento trimestral de 8%, teve impulso principalmente dos maiores volumes, spreads de refino realizados mais altos e melhora nos preços do petróleo.

“Temos mantido a Petrobras como nossa top pick no setor de petróleo & gás na região há algum tempo, devido à sua defensividade em um mercado de petróleo mais volátil, operações sólidas, custos competitivos, bom yield de dividendos e valuation atrativo”, diz o BTG.

Com o Brent abaixo de US$ 80 por barril e persistente incerteza econômica, os analistas colocam que a disciplina no balanço segue sendo fundamental para a tese. “Por ora, o valuation continua atrativo, mas a assimetria de risco-retorno começa a se deteriorar”.

O BTG Pactual permanece com recomendação de compra para a Petrobras, com preço-alvo de R$ 58 para PETR4.

E os investimentos?

Os analistas Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, avaliam que a companhia apresentou leve desaceleração em todas as principais linhas, mas o foco deve permanecer no nível de investimentos nos próximos trimestres.

Eles recordam que a companhia começou o ano em US$ 4 bilhões, ligeiramente acima do nível de consenso e desafiando as estimativas anuais.

“Seria reconfortante entender se esse nível cairá nos próximos trimestres para evitar que os números de investimentos e leasing da Petrobras ultrapassem o nível de US$ 23 a US$ 24 bilhões para 2025, incluído em nossas estimativas, e que acreditamos ser o consenso”, ponderam.

Na visão do Santander, os resultados têm mostrado alguma deterioração sequencial na qualidade, ou seja, custos mais altos e margens menores. No entanto, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz esperam uma melhora devido ao crescimento da produção nos próximos trimestres.

Com menor geração de caixa e adições de arrendamento à dívida bruta, os analistas destacam que a dívida líquida aumentou para US$ 64,5 bilhões no trimestre, apoiando nossa visão de que 2025 é um dos anos mais desafiadores no plano estratégico da Petrobras do ponto de vista financeiro

“No geral, embora acreditemos que a qualidade dos resultados tenha se deteriorado na margem (ou seja, custos mais altos, margens mais baixas), acreditamos que a lucratividade deverá melhorar nos próximos trimestres com o crescimento da produção”, dizem os analistas.

O banco tem classificação “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para Petrobras, com preço-alvo de R$ 44.

Dividendos em risco?

Os dividendos da Petrobras vieram levemente abaixo das estimativas do mercado. Na avaliação do BTG, embora o trimestre reforce a tese de investimento em termos de geração de caixa e entrega operacional, o aumento da dívida líquida para US$ 56 bilhões reduz parte da folga no balanço.

“O guidance (projeções) para dividendos segue dentro dos limites da política, mas qualquer aumento na ambição de investimentos pode comprometer a visibilidade dos pagamentos”, avalia o banco.

A Genial Investimentos aponta que o rendimento em dividendos do trimestre foi de 2,9%, representando um rendimento de 11,4% em termos anualizados, o que não deve se concretizar, na visão da casa, caso os preços do petróleo permaneçam no patamar atual de US$ 60-65 por barril.

Os analistas Vitor Sousa e Ricardo Bello colocam que um capex estruturalmente mais alto deve causar alguma preocupação por parte do mercado em relação à tese da companhia.

“Sendo assim, o foco deve passar a ser o patamar do brent tendo em vista o case da PETR estar muito relacionado a tese de dividendos”.

A Genial mantém sua recomendação como “manter”, com preço-alvo de R$ 48 para PETR4.

O que fazer com as ações da Petrobras?

Banco/Corretora Indicação Preço-alvo
BTG Pactual Compra R$ 58
Santander Outperform (Compra) R$ 44
Genial Investimentos Manter R$ 48

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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