Comprar ou vender?

Petrobras (PETR4): Sinal amarelo foi ligado para as ações, diz BTG; ainda vale comprar?

23 out 2023, 17:37 - atualizado em 23 out 2023, 17:37
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Petrobras: Potenciais mudanças no estatuto social acendem sinal amarelo (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A aprovação pelo conselho de administração de mudanças no estatuto social da Petrobras (PETR3;PETR4) não caiu no gosto dos investidores, que penalizaram as ações nesta segunda-feira (23).

Os papéis da companhia estatal afundaram na sessão. Tanto os ordinários quanto os preferenciais figuraram entre os destaques negativos do Ibovespa após perdas de 6,03% e 6,61%, respectivamente.

As mudanças aprovadas pelos conselheiros envolvem a criação de uma reserva de remuneração de capital e a extinção de algumas restrições à nomeação de executivos conforme descrito na Lei das Estatais, entre outras propostas.

Reserva de remuneração de capital enxugará dividendos?

No caso da reserva de remuneração de capital, o BTG Pactual avalia que o item levanta dúvidas quanto à utilização do excesso de caixa. O banco destaca, no entanto, que a potencial criação da reserva não altera a política e remuneração aos acionistas atualmente em vigor (distribuição de 45% do fluxo de caixa da empresa menos investimento).

“Pelo nosso entendimento, a ideia é conferir flexibilidade à equipe de executivos para decidir o que fazer com os recursos que ultrapassam a atual política de distribuição, uma vez que as reservas legais da empresa estão próximas do limite máximo”, comentam os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lima, em relatório divulgado nesta segunda.

Porém, como a reserva deve permitir a administração alocar recursos para diversos fins, existe, em caso de aprovação em assembleia geral extraordinária (AGE), a possibilidade de que nenhum valor excedente seja pago aos acionistas.

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Menos restrições a nomeações de executivos é movimento desnecessário

A Lei das Estatais diz que pessoas ligadas a cargos públicos estão proibidas de serem nomeadas como executivos em empresas estatais. No entanto, a proibição foi considerada inconstitucional por decisão sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode explicar por que o conselho da Petrobras votou por maior flexibilidade nas nomeações.

Segundo o BTG, mesmo com os mecanismos existentes para evitar o impacto das decisões políticas nas operações da Petrobras, o mercado deve contestar fortemente esta medida, uma vez que ” a limitação de nomeações serviu de base para uma gestão orientada para o retorno e focada no negócio principal da empresa no passado recente”.

Sinal amarelo ligado

A visão positiva do BTG em relação à tese de investimento da Petrobras está ligada mais à confiança sobre os mecanismos de defesa da estatal que impediriam uma “guinada de 180 graus” na alocação de capital do que aos “pagamentos volumosos que deveriam se tornar mais recorrentes”.

“Afirmamos também que grandes tentativas de alterar o estatuto/Lei das Estatais e reduzir a responsabilidade da equipe de gestão/conselho de administração poderiam reduzir o nosso otimismo”, acrescentam os analistas.

Por ora, o BTG segue com recomendação de compra para as ações da petroleira, embora reconheça que um sinal amarelo foi ligado.

A recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 39, é explicada pelo bom valuation, com a ação sendo negociada a 13% de dividend yield (retorno do dividendo) para 2024, com base em preços do petróleo quase 10% abaixo dos níveis atuais.

Mesmo excluindo o potencial para pagamentos extraordinários, o papel oferece bom suporte de valuation, completa.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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