Petrobras (PETR4) tem nova política de dividendos; veja o quanto estatal vai distribuir

A Petrobras (PETR4) bateu o martelo e vai distribuir 45% de seu fluxo livre de caixa em dividendos, mostra fato relevante enviado ao mercado nesta sexta-feira (28). A política anterior previa a distribuição de 60%.

A medida era aguardada com grande ansiedade pelo mercado, visto que o pagamento de dividendos é uma das principais teses da petroleira.

De acordo com o documento, foi mantida a distribuição trimestral de remuneração aos acionistas.

“A política de remuneração mantém seu objetivo de promover a previsibilidade do fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas, ao mesmo tempo em que garante a perenidade e a sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos da Petrobras, sem comprometer a capacidade de crescimento da companhia”, informou a companhia.

A empresa afirma que fica estabelecida uma remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões para exercícios em que o preço médio do Brent for superior a 40 dólares o barril, “a qual poderá ser distribuída independente do seu nível de endividamento, desde que observados os princípios previstos nessa política”. Nesta sexta-feira, o Brent fechou em alta de 0,75 dólar, a 84,99 dólares o barril.

A companhia ainda acrescentou que poderá, em casos excecionais, realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, superando o dividendo mínimo obrigatório e/ou os valores estabelecidos pela nova política.

Ainda segundo a Petrobras, a revisão se tornou necessária devido à revisão dos elementos estratégicos para o Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-28), bem como da aprovação do direcionador de investimento de baixo carbono entre 6% e 15% do investimento total para os cinco primeiros anos do PE 2024-28.

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Programa de recompra de ações

Além disso, os princípios da política passam a incluir a recompra de ações de emissão da Petrobras como uma possibilidade adicional de a companhia remunerar seus acionistas.

“O eventual lançamento de programa de recompra de ações relacionado à política de remuneração terá sempre como objetivo a manutenção das ações adquiridas em tesouraria e seu posterior cancelamento”, coloca.

Com isso, a Petrobras pode seguir o caminho de outras gigantes, como a Vale (VALE3), que adotam a operação para remunerar seus acionistas.

O que o mercado esperava da Petrobras?

O número ficou pouco acima do esperado por analistas, que aguardavam 40% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos, frente aos 60%.

“Nossa estimativa de dividendos a serem declarados é de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 0,90 por ação), com riscos de alta para esse número devido aos atuais baixos níveis de alavancagem da Petrobras”, resumiu a XP Investimentos, em texto assinado por Andre Vidal e Helena Kelm.

Bruno Amorim e equipe de analistas do Goldman Sachs seguiram a mesma linha que a XP ao dizer que os 40% equivalem ao que os pares internacionais pagam.

“Em teleconferência, a Petrobras apontou que a nova política será baseada, entre outros fatores, no que outras grandes empresas de petróleo estão fazendo”, disseram em relatório desta quinta-feira (27).

Histórico de dividendos

Nos últimos anos, a Petrobras aplicou uma política agressiva de dividendos, que gerou críticas por parte da atual gestão do governo Lula.

Segundo a gestora Janus Henderson, a Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo ao distribuir US$ 21,7 bilhões em proventos.

Influenciada pela disparada do petróleo em 2022, a empresa chegou a distribuir R$ 3,3 por ação em dividendos. Além disso, o dividend yield, retorno de dividendos, bateu em 68%, contra 18% de 2021.

Com Kaype Abreu e Reuters

Veja o documento: