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Petrobras (PETR4): XP eleva preço-alvo para a ação e prevê ‘alto rendimento de dividendos’

30 mar 2022, 10:07 - atualizado em 30 mar 2022, 10:19
Petrobras
XP comentou que novo CEO tem “uma sólida carreira acadêmica e profissional no setor de Óleo & Gás” (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A XP Investimentos elevou o preço-alvo para as ações da Petrobras (PETR4) dois dias após o governo confirmar a troca de CEOs na companhia, mostra relatório desta quarta-feira (30).

A corretora cita a expectativa por “alto rendimento de dividendos“, de cerca de 23% para 2022 e de 100% somando os próximos cinco anos.

O preço-alvo para o fim de 2022 foi atualizado para R$ 47,80 por ação de PETR4 ou PETR3 (anteriormente R$ 45,30/ação) e US$ 18,40/ADR (anteriormente US$ 16,40/ADR), segundo relatório assinado por Andre Vidal e equipe.

A XP diz que a atualização da expectativa para os papéis foi feita após incorporação dos resultados do quarto trimestre, os “recentes desenvolvimentos nos preços das commodities, devido a restrições no lado da oferta” e nomeação de um novo CEO.

Ministério de Minas e Energia confirmou, na segunda (28), a indicação do economista Adriano Pires para a presidência executiva da Petrobras, substituindo o general Joaquim Silva e Luna.

A XP comentou que Pires tem “uma sólida carreira acadêmica e profissional no setor de Óleo & Gás” e lembrou que, nos últimos anos, ele tem sido um “ferrenho defensor da política de paridade de preços de importação (“PPI”) dos derivados da Petrobras, do programa de venda de refinarias e até mesmo da privatização total da companhia”.

“Ele tem um bom relacionamento com players do mercado e também com a mídia (qualidades importantes, em nossa opinião)”, disse a corretora.

Para a XP, a chance de que o novo CEO mude a estratégia da Petrobras de forma significativa são “muito baixas”. “Portanto, vemos o anúncio como neutro para positivo”, comentou.

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Dividendos valem o risco

A XP diz que a tese para a ação era, e ainda é, de risco político alto, mas argumenta que o valuation atrativo e o “alto pagamento de dividendos são extremos demais para serem ignorados”.

“O estatuto da Petrobras e a Lei das Estatais (13.303/2016) parecem estar blindando a empresa, pelo menos até agora”, comentou a corretora.

A casa projeta um 2022 mais difícil para o segmento de Gás & Energia da Petrobras, após os resultados negativos no Ebitda do último trimestre.

“À medida que continuamos vendo as empresas de Exploração & Produção (“E&P”) aumentando o preço de venda de gás para a Petrobras, também estamos reduzindo nossa visão de longo prazo do Ebitda para esta divisão”, diz.

A XP comentou que, antes, usava a curva futura até o final de 2022 e um preço real (base 2021) de US$ 60 o barril (“bbl”) a partir de 2023.

“Agora, não apenas atualizamos a curva futura (que aumentou significativamente desde nosso último relatório), mas também estamos usando preços futuros até o final de 2023 (mas mantendo US$ 60/bbl em termos reais a partir de 2024)”, disse.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.