Comprar ou vender?

Petróleo pode ultrapassar os US$ 100 a qualquer momento, alerta Legacy

06 out 2022, 14:28 - atualizado em 06 out 2022, 17:21
“Se tirar a produção, não tem oferta no mercado. A Legacy entende que o petróleo pode explodir de uma hora para outra”, diz (Imagem: Caco Parise/Bloomberg/Divulgação)

O preço do petróleo pode disparar de uma hora para outra, em caso de uma retaliação russa maior, alerta o gestor e sócio fundador da Legacy Felipe Guerra. As declarações foram feitas em evento da Bloomberg, realizado em São Paulo.

“A (inflação) da energia, que achamos que era temporário, está virando permanente. A guerra está se estendendo. Há uma probabilidade alta de a Rússia usar o petróleo como uma arma nessa próxima fase da guerra. Tivemos alguns comentários de que se colocar um teto, vai tirar a produção”, discorre.

Na última quarta-feira (6), horas após a União Europeia anunciar uma nova rodada de sanções à Rússia, o país afirmou, por meio do seu vice premiê, Aleksandr Novak, que não irá enviar petróleo para países que colocarem um teto no preço da commodity.

  • Petrobras (PETR3) está em risco? Uma das principais preocupações do mercado com empresas estatais listadas na Bolsa é a volatilidade que pode mexer com os papéis. Saiba o que pode acontecer com a petroleira no curto prazo, de acordo com os analistas. Libere o conteúdo gratuito e completo neste link

“Se tirar a produção, não tem oferta no mercado. A Legacy entende que o petróleo pode explodir de uma hora para outra. Trabalhamos com o petróleo acima de US$ 100 na semana que vem. Há qualquer momento”, diz.

Para ele, basta que a China recupere sua atividade econômica de maneira mais intensa após lockdowns para frear a Covid-19.

“Você tem os Estados Unidos ‘fritando’ 1 milhão de barris (de petróleo) por dia da sua reserva estratégica. E temos a Opep+ falando: não temos petróleo suficiente, o preço que está negociando na tela está errado. Eu não vou vender petróleo a US$ 75, vou vender acima de US$ 100. Essa é a mensagem”, completa.

A Opep concordou na última quarta-feira com o seu corte mais profundo na produção de petróleo desde o início da pandemia de Covid, em 2020, restringindo a oferta em um mercado apertado apesar da pressão dos Estados Unidos e de outros por mais produção.

“A nossa visão é ficar cauteloso. Pode piorar ainda mais esses ativos. A possibilidade de recessão é de 50%. Vamos colher uma recessão na Europa já no fim desse ano. Esse ambiente é para ficar vendido em bolsa“, assinala.

Em pouco menos de um mês, os contratos do petróleo Brent saíram de um patamar de US$ 82 para os atuais US$ 94,08.

Recessão vs petróleo

E uma possível recessão global de maior envergadura poderia puxar os preços do petróleo para baixo?

Guerra diz que certamente sim. Porém, o gestor coloca que a Opep não quer ver a oferta se elevar, ao passo que as petroleiras mundiais dão sinais de que a produção está no limite.

  • Petrobras (PETR3) está em risco? Uma das principais preocupações do mercado com empresas estatais listadas na Bolsa é a volatilidade que pode mexer com os papéis. Saiba o que pode acontecer com a petroleira no curto prazo, de acordo com os analistas. Libere o conteúdo gratuito e completo neste link

“E tem os Estados Unidos distorcendo o preço, vendendo reservas estratégicas. E se a demanda cair? A Opep vai cortar mais, isso está bem claro”, prevê.

“Gostamos de fazer essas posições via opção. Não queremos acertar se o petróleo estará US$ 80 ou US$ 90, mas não quero quebrar se ele for para US$ 120. Se for para US$ 120 será um arrastão na economia global”, completa.

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Todo dia um resumo com o que foi importante no Minuto Money Times, entrevistas, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin