Petz (PETZ3) dispara 7% com aprovação do Cade para fusão com a Cobasi; o que esperar?

As ações da Petz (PETZ3) dispararam mais de 7% apenas na primeira meia hora de pregão desta terça-feira (3), em reação a uma notícia que vinha sendo aguardada há tempos: a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a fusão com a Cobasi.
Por volta de 11h15 (horário de Brasília), as ações lideravam as altas do Ibovespa (IBOV) com avanço de 4,42%, a R$ 4,49. Acompanhe o tempo real.
Analistas do BTG Pactual e XP Investimentos apontam a notícia como um avanço positivo para o negócio, no entanto, mantém recomendação neutra para as ações PETZ3.
Conforme o comunicado, a aprovação, que ocorreu sem restrições, torna-se definitiva após 15 dias, caso não haja manifestação pelo Tribunal do Cade ou recursos por terceiros interessados.
Anunciada em agosto do ano passado, o acordo prevê incorporação de ações da Petz por uma subsidiária detida integralmente pela Cobasi.
O que vem agora?
A Petz será fundida com a divisão Cobasi Investimentos, que então será incorporada pela Cobasi S.A. No fim, a Petz se tornará uma subsidiária da Cobasi, com uma unificação das bases acionárias das companhias.
A companhia resultante da fusão nasce com uma receita líquida combinada de R$ 6,9 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões e mais de 20 marcas próprias de produtos de higiene, alimentação e lifestyle animal.
Com a operação, os investidores da Petz passarão a deter 52,6% das ações de emissão da companhia combinada. Já os acionistas da Cobasi serão titulares das demais ações da empresa resultante da fusão, representando 47,4% do capital social.
Os acionistas da Petz receberão 0,0090445 ação da Cobasi por cada papel PETZ3 por eles detidos na ocasião do fechamento da operação.
Na avaliação do BTG, tendo em vista o contexto do mercado desafiador de animais de estimação, é possível que o acordo entre a Petz e a Cobasi leve à otimização de suas estruturas de custos e a algum poder de barganha com os fornecedores.
Apesar da reação positiva esperada com a aprovação irrestrita do negócio, concedida um pouco antes do previsto, a Petz está sendo negociada a 25 vezes o preço sobre o lucro para 2025 (excluindo a Cobasi), o que o banco considera elevado, dado o cenário macroeconômico e competitivo desafiador.
A XP espera que o momento dos lucros de curto prazo da Petz permaneça fraco, no entanto, avalia o anúncio como positivo, pois os investidores aguardavam esse marco crítico para a aprovação do negócio, enquanto a ausência de medidas restritivas foi uma surpresa positiva.
“Em nossa visão, a operação deve desbloquear sinergias, já que ambas as empresas possuem modelos de negócios similares, embora a otimização da presença física possa levar a baixas contábeis”, ponderam.