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Por que comprar Petrobras (PETR4)? BTG vê dividendos de US$ 11 bi e mais 2 motivos

23 ago 2023, 11:51 - atualizado em 23 ago 2023, 12:06
Petrobras
Redução de risco e expectativa de crescimento dos lucros sustentam recomendação de compra de Petrobras (Imagem: Agência Petrobras)

O BTG Pactual elevou a recomendação de Petrobras (PETR3PETR4) de neutra para compra e reiterou o preço-alvo de US$ 16 para as ADRs. Na análise do banco, o papel tem potencial pagar entregar retorno de 50% nos próximos 12 meses, uma vez que os riscos associados à estatal agora são menores.

Os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte afirmam que, ao aumentar os preços dos combustíveis na semana passada, a petroleira derrubou uma das últimas razões para a postura cautelosa do banco sobre as ações.

“Agora, acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da Petrobras pode não ser tão facilmente gerenciada, protegendo os resultados, preservando seu balanço enxuto e melhorando a visibilidade de que os dividendos permanecerão fortes por mais tempo”, afirmam em relatório.

O BTG ainda destaca que, além da alta da gasolina e do diesel, a estatal anunciou uma política de distribuição de dividendos “robusta”. Isso reforça que, embora a nova política de preços não seja clara, ela não se desvinculará totalmente dos preços de mercado, reduzindo os riscos de perdas nas importações, avaliam.

Os papéis da Petrobras operavam em alta no pregão após a elevação de recomendação do BTG. Às 11h50, as ações ordinárias da companhia, PETR3, saltavam 4%, a R$ 34,84, enquanto as preferenciais, PETR4, subiam 3,07%, a R$ 31,54.

Por que comprar Petrobras?

Na análise do BTG, dois pontos sustentam a nova recomendação de compra da Petrobras: redução na percepção de risco, que leva a múltiplos maiores; e expectativa de crescimento dos lucros.

Soares e Duarte acreditam que a percepção de risco da estatal cairá ainda mais nos próximos meses, ao passo de um plano de negócios sem surpresas e do aumento da confiança dos investidores de que a alocação de capital não mudará muito. “Isso pode levar a uma lacuna de avaliação menor para os pares americanos/europeus”, dizem.

Além disso, mesmo que a política de preço do combustível não maximize os lucros do refino, os recentes aumentos de preço abrirão caminho para aumentos nos lucros. “Acreditamos que o balanço patrimonial da Petrobras permanecerá praticamente preservado”, ressaltam.

Os analistas avaliam que os subsídios de preços de combustíveis e investimentos em projetos fora do pré-sal estavam as preocupações para a tese, podendo comprometer os dividendos e a geração de caixa e retorno sobre capital investido (ROIC).

Entretanto, as ações da administração não apenas demonstraram um grau razoável de racionalidade, como também evitaram colocar em risco as grandes fortalezas financeiras e operacionais da Petrobras, afirmam.

Dividendos extraordinários no radar

Os analistas do BTG afirmam que eventuais dividendos extraordinários anunciados pela Petrobras devem criar uma “almofada de avaliação robusta”.

Eles acreditam que a companhia se aproximará em breve dos limites superiores da reserva de lucros, conforme estabelecido no estatuto. Então, a menos que crie uma reserva para alocar a geração mais forte do que esperada no segundo semestre, ela terá que pagar dividendos a mais do que os 45% do fluxo de caixa.

“Estimamos que este montante extra poderá ser de US$ 5,3 bilhões de dólares (rendimento de 6%) no EF23 e de US$ 4 bilhões (5%) no EF24. Combinado com nossas previsões com base na política de dividendos de US$ 5,9 bilhões (rendimento de 7%) e US$ 11,8 bilhões (rendimento de 14%) para 2S23 e EF24, isso pode resultar em rendimentos de 13% para EF23 e 19% para EF24”, avaliam.

Somadas as previsões de dividendos do BTG para o segundo trimestre de 2023 ao valor extra esperado, a a Petrobras pode pagar US$ 11,2 bilhões em proventos ainda este ano.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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