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Por que dividendos da Petrobras (PETR4) estão perto de secar, segundo Morgan Stanley

07 jan 2023, 16:30 - atualizado em 07 jan 2023, 16:30
Petrobras
Petrobras: É questão de tempo até que a companhia mude sua política de remuneração aos acionistas, avalia banco (Imagem: Bloomberg)

A Petrobras (PETR3;PETR4) está para começar um novo capítulo de sua história. Com a renúncia de Caio Paes de Andrade ao cargo de CEO e a indicação de Jean Paul Prates pelo novo governo para assumir o comando, a estatal deve passar por grandes mudanças em 2023, incluindo a sua política de distribuição de dividendos, avalia o Morgan Stanley.

De acordo com o banco, é questão de tempo até que a companhia mude sua política de remuneração aos acionistas. Em relatório publicado na última quinta-feira (5) e enviado a clientes, o analista Bruno Montanari diz que a política de dividendos está entre as mudanças mais fáceis para a nova administração implementar.

“Com um novo CEO e potencialmente novos diretores executivos sendo apontados pelo novo governo Lula, esperaríamos que uma das primeiras ações seja uma redução na distribuição de dividendos”, afirma.

Montanari lembra que Prates sinalizou em entrevistas recentes que os pagamentos de dividendos seriam menores, a níveis pouco acima do mínimo estipulado pela lei, o que corresponde a 25% do lucro líquido. Segundo o analista, o consenso do mercado parece estar entre 30-35%. Até o momento, o Morgan Stanley trabalha com estimativa de 32,5% em 2023.

“Os US$ 6,6 bilhões de dividendos esperados para 2023 é uma mudança significativa em relação aos US$ 42 bilhões declarados nos últimos 12 meses até o terceiro trimestre de 2022 (US$ 23 bilhões excluindo pagamentos extraordinários) e da nossa estimativa anterior de US$ 16 bilhões com 60% de fluxo de caixa livre”, ressalta Montanari.

Para o quarto trimestre de 2022, o Morgan Stanley assume zero distribuição. Para o banco, qualquer anúncio de dividendos referente ao período poderia ser um gatilho positivo.

Recomendação e preço-alvo

O Morgan Stanley tem recomendação de “equal-weight” para o ADR (American Depositary Receipt) da Petrobras (PBR). Na avaliação da instituição, o papel parece justamente precificado no cenário-base, mas existe a possibilidade de uma pressão maior dentro de um cenário mais intervencionista, com o governo agindo na política de preços dos combustíveis.

“Destacamos que Prates disse que não deve haver intervenção na política de preços da Petrobras e, embora haverá mudanças, alguma ligação com os preços internacionais permanecerá”, destaca Montanari.

O rating do Morgan Stanley reflete a expectativa de continuidade de um ambiente volátil para a companhia conforme o novo governo começa a compartilhar sua visão e estratégia sobre as estatais.

Na contramão, o preço-alvo para o ADR aumentou de US$ 11,50 para US$ 12,50 ao fim de 2023 por uma mudança de metodologia do valuation.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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