Comprar ou vender?

Por que o banco digital de Paulo Guedes pode derrapar antes do IPO

22 out 2020, 18:05 - atualizado em 24 out 2020, 2:12
Caixa Econômica Federal Bancos
Para a dupla, por enquanto, serviços bancários mais simples ou venda cruzada de outros produtos podem ser mais eficazes (Imagem: Agência Brasil/Marcelo Camargo)

O Governo quer tirar uma “casquinha” do banco digital aberto pela Caixa para pagar o auxílio emergencial. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a equipe econômica estuda abrir o capital (IPO) do novo banco.

“Nós digitalizamos 64 milhões de pessoas. O quanto vale um banco com 64 milhões de pessoas? Pessoas de baixa renda, mas pessoas que foram bancarizadas pela primeiríssima vez, então elas vão ser leais pelos restos de suas vidas”, disse Guedes na Milken Institute Global Conference.

Mas a euforia do Governo pode ficar pelo caminho. Acontece que a Caixa não é o único banco a “sacar” o potencial do público de baixa renda. Outras instituições também estão nessa briga, como o Banco Pan (BPAN4), o Neon, e a Will Bank, aponta a Ágora em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (22).

Uma coisa é registrar as pessoas e pagar pelo benefício e outra é criar um ecossistema para segurar o cliente na plataforma, apontam os analistas Victor Schabbel e José Cataldo.

“A questão está na capacidade de monetizar um cliente que tem disponibilidade de dinheiro limitada e quase nenhum histórico de crédito. No mundo, poucas são as iniciativas no mercado neste nicho que tiveram sucesso ao longo dos anos”, afirmaram.

Para a dupla, por enquanto, serviços bancários mais simples ou venda cruzada de outros produtos podem ser mais eficazes.

“Nesse sentido, microsseguro, produtos lotéricos ou descontos para gastos com varejistas locais podem ser uma iniciativa mais eficaz e promissora”, pontuaram.

O tempo dirá quais participantes do mercado conseguirão converter um banco de dados de pessoas em uma base de usuários eficaz, concluem.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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