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Por que Raízen (RAIZ4) afunda 5% hoje? Entenda “venda em bloco” de 330 milhões de ações

30 jan 2023, 14:21 - atualizado em 30 jan 2023, 14:28
Raízen
Mercado reage ao block-trade na Raízen (RAIZ4). XP tem visão negativa sobre a venda total da Hérdera na empresa. (Imagem: Reprodução/Raízen)

As ações da Raízen (RAIZ4) derrapavam mais de 5% nesta segunda-feira (30), com a reação do mercado ao “block-trade” (venda em bloco, em português) anunciado em que a Hédera (ex-controladora da Biosev) venderá toda a sua posição de 330 milhões de ações na companhia.

A fatia detida pela Hérdera representa 24,32% das ações em circulação da Raízen, a serem vendidas pela cotação de R$ 3,15 cada nesta quarta-feira (1°), quantia equivalente a R$ 1,1 bilhão aproximadamente.

A XP Investimentos avalia a venda total das ações detidas pela Hérdera traz uma visão negativa para a Raízen.

“É preciso esclarecer se o motivo da venda da Hédera se deve a preocupações macro, como incertezas quanto à política de preços da Petrobras, ou específicas da Raízen”, argumentam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, em relatório enviado a clientes.

Por volta das 14h (horário de Brasília), as ações ordinárias da Raízen afundavam 5,85% aos R$ 3,22 cada. Na abertura do dia, os papéis valiam  R$ 3,40 cada.

Entenda o block-trade

Apesar da empresa ainda não ter divulgado um fato relevante sobre este negócio, uma reportagem publicada no Brazil Journal explica que a participação da Hédera na Raízen foi dada como garantia de uma dívida da LDC (controladora da Hédera) e sua liquidação será utilizada para amortizar essa dívida.

Os credores incluem Bradesco, Santander e bancos internacionais, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

A Hédera passou a deter 24,32% das ações em circulação após a aquisição pela Raízen da Biosev, negócio que envolveu a troca de ações (3,5% do total de ações), além do pagamento à vista de R$ 3,6 bilhões para refinanciamento da dívida.

O papel da Raízen sofre em parte porque o mercado sabia que a LDC teria que vender em algum momento.

Entraves

A indefinição da política de paridade de preços da Petrobras (PETR4), aliada à dúvida sobre se voltarão ou não os impostos sobre os combustíveis, também são um dos entraves para as ações da Raízen, segundo a XP.

“Caso os impostos sobre os combustíveis voltem, o mercado ainda não sabe qual será a política, trazendo um alto grau de incerteza para a Raízen no curto prazo“, afirmam os analistas.

O alto nível de incerteza aliado ao aumento das avaliações negativas em relação à Raízen tem afastado os investidores da tese, enquanto os novos negócios (E2G, Biogás, Pellets) ainda possuem alto risco de execução ao seu redor.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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