Market Makers

Warren Buffett encheu o carrinho de petróleo; por quê?

18 set 2022, 15:08 - atualizado em 25 set 2022, 16:32

Petróleo a US$ 45 ou a US$ 380? Em julho, dois relatórios de bancos americanos mexeram com os mercados.

O primeiro, do Citi, previa que o barril poderia chegar a US$ 45 por conta da recessão global. Um outro documento, do JPMorgan, afirmou que no pior dos mundos, o petróleo bateria em US$ 380 devido à guerra na Ucrânia e possíveis retaliações russas.

Fato é que hoje o contrato do petróleo Brent negocia a US$ 91,53. De julho, quando tocou em US$ 120, para cá, a commodity perdeu 24% do seu valor.

Além da possível recessão global, que bate às portas dos Estados Unidos e Europa, há questão relacionadas ao ESG (Ambiental, Social e Governança, em português). A eletrificação e a luta contra combustíveis fosseis ganham cada vez mais força, com montadoras elevando a aposta em carros elétricos.

Mas, contrariando esse cenário, Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, elevou as apostas em petróleo.

Nesse ano, o Mago de Omaha encheu o carrinho com ações da Occidental Petroleum e se tornou o maior acionista da americana, com 50% da participação.

Além disso, uma das maiores posições da Berkshire Hathaway, empresa de Buffett, é a Chevron. Mas por quê?

No 11º episódio do podcast Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago, o gestor Breno Guerbatin, da P8 Investimentos, abordou o assunto.

“Buffett certamente não faria esse investimento olhando só para o ano que vem. Até porque não dá tempo dele entrar e sair. Não tem volume no mercado para aguentar isso”, diz.

Para Guerbatin, investir em petróleo não significa apostar em um “ruído”, como a guerra da Ucrânia, mas sim pensar no longo prazo.

Veja o episódio na íntegra:

Por que ter petróleo?

O gestor da P8 Investimentos diz estar otimista com a tese de petróleo, principalmente por conta de questões relacionadas à demanda e produção, além da intricada geopolítica internacional.

“Não basta só produzir a mesma quantidade de petróleo que é consumida. Além disso, você precisa ter confiança de que ela é produzida razoavelmente perto de você e em nações amigas. Então, é força a mais para investimentos voltarem nesse setor”, coloca.

Ele lembra que os investimentos se estagnaram, enquanto a demanda fez o caminho inverso.

“Mesmo com investimento para energias limpas, o consumo de líquidos derivados de petróleo cresceu de maneira relevante. Se pegar os últimos 20 anos, nós saímos de um consumo diário de 75 milhões de barris equivalentes para 100 milhões hoje. Esse é um negócio que precisa de reinvestimento para poder continuar consumindo a mesma coisa”, observa.

Ademais, o gestor afirma que os Estados Unidos atingiram o seu pico de crescimento de produção. Por outro lado, novos investimentos no setor só darão frutos daqui a quatro anos.

“Terá que crescer em outros lugares do mundo. E investir em países que você confia mais, diminuindo a dependência em países como Rússia e Opep. Os preços das companhias hoje refletem o medo da desaceleração econômica e as empresas negociam com múltiplos baratos”, argumenta.

Veja o episódio na íntegra:

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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