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Pós-resultado: Ambev prova mais uma vez que consegue enfrentar bem uma crise

30 jul 2020, 13:04 - atualizado em 30 jul 2020, 13:09
Ambev
Na avaliação da Guide Investimentos, a Ambev não só conseguiu performar bem no período, como também se adaptou rapidamente aos canais digitais (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A Ambev (ABEV3) provou que sabe superar os cenários mais adversos, como a crise do coronavírus. A cervejaria divulgou nesta quinta-feira (30) os números referentes ao segundo trimestre do ano, tendo surpreendido positivamente o mercado.

Apesar da queda de 51,4% do lucro líquido e do recuo de 28,6% do Ebitda ajustado, a companhia apresentou uma recuperação gradual dos resultados no trimestre.

“Os volumes em abril caíram 27%, mas houve uma recuperação gradual desde então: em maio, os volumes caíram apenas 7% e, em junho, inclusive, eles cresceram 5%”, destacou Betina Roxo, analista de Alimentos e Bebidas da XP Investimentos.

A queda de apenas 1,6% das vendas de cerveja no Brasil pegou a corretora de surpresa. As projeções mais otimistas estavam entre -15% e -25%. Os preços também recuaram 1,6% no comparativo anual, apesar da mudança do mix e da escolha de opções mais econômicas pelo consumidor.

Na avaliação da Guide Investimentos, a Ambev não só conseguiu performar bem no período, como também se adaptou rapidamente aos canais digitais. A empresa ainda se beneficiou do fraco desempenho de sua principal concorrente, a Heineken.

Sobrevivente

Ambev
De acordo com o Credit Suisse, a recuperação da Ambev só está sendo possível graças às medidas adotadas pela companhia, que precisou se adaptar à nova realidade (Imagem: YouTube/Ambev)

A Ambev soube enfrentar a pandemia de covid-19. De acordo com o Credit Suisse, sua recuperação só está sendo possível graças às medidas adotadas pela companhia, que precisou se adaptar à nova realidade.

“Em um curto período de tempo, a companhia se reinventou adotando iniciativas de vendas digitais, mantendo os acionistas por perto e continuando com o funcionamento total das operações”, destacaram os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, que elevaram a recomendação do papel para compra e o preço-alvo para R$ 20. “Esperamos que o ambiente competitivo continue favorecendo a Ambev, pelo menos no curto prazo”.

O BTG Pactual (BPAC11) foi da mesma opinião, embora ainda olhe para a tese de investimento com cautela.

“A Ambev não depende apenas do sucesso de suas principais marcas no canal de vendas diretas; seu novo pensamento centrado no consumidor demanda margens menores antes de se estabilizar por completo”, explicou o banco.

A Ágora Investimentos disse que gostaria de ter mais clareza sobre os fatores que levaram ao volume acima do esperado. Por enquanto, a corretora decidiu pela recomendação neutra, assim como o BTG e a XP.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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