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‘Poucas mudanças’: Agentes do mercado cripto seguem positivos sobre governo Lula

01 nov 2022, 16:02 - atualizado em 04 nov 2022, 11:11
Lula criptomoeda regulação
Para fontes ouvidas pelo Crypto Times, a interferência de Lula é mínima (Imagem: REUTERS/Mariana Greif)

Após as eleições, os agentes do mercado cripto no Brasil opinam acerca da influência que Luiz Inácio Lula da Silva (PT),  presidente eleito, poderia ter sobre a regulação no país.

Apesar de muitos relacionarem que uma gestão mais estatal do partido trabalhador pode implicar em uma regulação proibitiva para o mercado cripto, os agentes do meio discordam. Para os que foram ouvidos pela redação do Crypto Times, a interferência de Lula é mínima.

O Crypto Times ouviu os profissionais da área de relações governamentais de três empresas do setor: Mercado Bitcoin, corretora cripto nacional, Bitso, corretora estrangeira que entrou no Brasil, e FMI Minecraft Management, mineradora de Bitcoin (BTC) com sede no Paraguai, Estados Unidos e Argentina.

Mercado Bitcoin aposta em Campos Neto para mitigar “Risco Brasil”

Julien Dutra, Diretor de Relações Governamentais do Mercado Bitcoin, comenta que acredita que a regulação do mercado pouco vai sofrer influência de Lula. Segundo ele, a autonomia do Banco Central será uma peça importante para o avanço deste mercado.

“No nosso entendimento, o resultado da eleição deve ocasionar pouca mudança no cenário da criptoeconomia no Brasil, uma vez que tanto a CVM quanto o Banco Central têm autonomia e também adotam mandatos de quatro anos para presidente e diretores da autarquia federal, sem ser coincidentes com os ciclos da gestão do presidente da República”, diz.

A expectativa do Mercado Bitcoin, segundo Dutra, é de ter avanços significativos ainda durante o mandato do Roberto Campos Neto, que, conforme ele, “tem sido um grande entusiasta do mundo cripto como um todo, em especial da tokenização”.

Vale lembrar que o Mercado Bitcoin atualmente oferece tokens de Renda Fixa no segmento de tokenização da corretora, o MB Tokens.

Dutra ressalta a importância de um avanço durante o atual mandato de Campos Neto, uma vez que ele já sinalizou que não deseja ter um novo mandato.

O Diretor de Relações Governamentais do Mercado Bitcoin afirma que a tecnologia cripto é uma ferramenta importante na mitigação do chamado “Risco Brasil”, bem como a democratização do acesso aos investimentos.

“A criptoeconomia é um importante instrumento para a desburocratização do sistema e contribui para a diminuição do chamado “custo Brasil”. O novo Governo e o Congresso devem incentivar o desenvolvimento de todo e qualquer mercado, pois isso é bastante benéfico do ponto de vista da inovação e do empreendedorismo”, comenta.

Dutra também comenta sobre a Lei Bitcoin, ou O Projeto de Lei 4.401/2021, que busca criar um marco legal para o setor, e está em trâmite na Câmara dos Deputados.

“A regulação ainda tramita no Congresso e, com ela, reduzimos os riscos sistêmicos contra fraudes e lavagem de dinheiro, bem como oferecemos uma garantia maior aos investidores. E isso também é benéfico ao mercado”, afirma.

Ele finaliza dizendo que, em sua opinião, a estratégia nacional da criptoeconomia deve existir. “Entidades e os novos Governos devem estar engajados nela”, afirma.

Bitso diz estar avançada na regulação

Karen Duque, Head de Políticas Públicas da Bitso, comenta que a Bitso vem atuando ativamente junto ao ecossistema e autoridades locais e que estão travando esforços em conjunto para que seja uma política amigável à criptoeconomia.

“Temos acompanhado de perto o compromisso de entidades reguladoras autônomas como o Banco Central para fomentar a inovação e desenvolver o amplo potencial da criptoeconomia no país.”

Duque comenta que o Congresso está bem avançado na questão do Projeto de Lei, e por isso não é necessário ter receio de uma regulação coercitiva.

“Acreditamos, fortemente, que o parlamento deve aprová-lo ainda este ano, dado que o mercado tem debatido muito sobre a urgência de colocarmos em prática essa regulamentação para fomentar o crescimento do mercado cripto no Brasil, atrair investimentos e gerar mais empregos para o nosso país”, comenta.

Mineradora de Bitcoin (BTC) é a mais exigente e diz querer até Bitcoin como lastro

Para John Blount, CEO da FMI Minecraft Management, dado o posicionamento dos bancos e instituições financeiras que mostram um apoio ao universo cripto, a tendência é de que o novo governo siga apoiando.

“O Henrique Meirelles, que é um cara que vem apoiando o Lula desde o meio das eleições e deve também fazer parte do próximo governo, é conselheiro da Binance”, lembra.

Blount diz esperar que o ex-ministro da Fazenda auxilie na criação de uma regulamentação que seja efetivamente “pró-cripto” e não pese a mão em questões de identificação de clientes, requisitadas para as empresas do setor.

“[Espero que o Meirelles] não venha com exigências absurdas a respeito de KYC, mas que libere realmente a população para poder utilizar o cripto da maneira correta”, diz.

Blount também diz desejar a criação de mecanismos para que os bancos possam facilitar a custódia, e que “a moeda principal, que é o bitcoin, possa servir de lastro, por exemplo, com operações financeiras”.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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