Colunista Vitreo

Pré-mercado: De volta para a Disney

23 jun 2021, 8:55 - atualizado em 23 jun 2021, 8:55
Dólar abaixo de R$ 5,00? Hora de planejar a próxima viagem. / Lupin (2021)

Bom dia, pessoal!

Seguindo a impressão dada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, de que a inflação está principalmente em áreas que sofrem com a escassez de oferta, indicando transitoriedade, as Bolsas internacionais tiveram uma boa performance durante a terça-feira (22).

Hoje, os mercados amanhecem em correção na Europa, mas em alta nos futuros americanos, reagindo à postura política mais equilibrada do Fed.

Por essa razão, as falas adicionais de outros membros do banco central, marcadas para esta quarta-feira (23), perdem relevância.

Na esteira, o bitcoin volta a subir acima de US$ 34 mil depois de negociar ontem abaixo de R$ 30 mil pela primeira vez desde janeiro – os preços das criptomoedas despencaram depois desta segunda-feira, quando o banco central chinês pediu aos maiores bancos e empresas de pagamento da China uma fiscalização com mais firmeza sobre as negociações de criptos. A ver…

E esse carry, heim?

A combinação de um Federal Reserve mais “dovish” (expansionista) com uma abordagem mais “hawkish” (contracionista) na Ata do Copom fez com que o dólar voltasse para baixo de R$ 5, entregando seu menor patamar em mais de um ano aos R$ 4,96.

Em grande parte, foi reflexo do “carry trade”, aquele capital estrangeiro que entra no país buscando diferenciais de juros no nível internacional. Se há mais dólares entrando, a moeda americana deverá valer menos em relação ao real.

Depois de digerir bem a privatização da Eletrobras, o Ibovespa repercutirá hoje a aprovação no Senado ontem de noite da Medida Provisória que eleva a partir do mês a tributação sobre as instituições financeiras de 15% para 25% até 31 de dezembro (bancos possuem participação relevante no índice local).

À alta, se soma o desconforto relativo à reforma tributária, que vem picotada e tem mais cara de “reforminha” do que de reforma propriamente dito. Esta última deverá ser apresentada pelo governo nos próximos dias.

O yôga de Powell

Apesar de não ter acrescentado nada de novo e de não ter mudado a compreensão que tínhamos sobre a recuperação econômica, o testemunho do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso ajudou a acalmar os mercados – depois de segunda-feira (21), muito dificilmente veríamos um comunicado de alguma autoridade com maior precisão econômica do que o parecer de John Williams, presidente do Fed de Nova York.

O discurso “dovish” reforçou a noção de transitoriedade da inflação e indicou que o Fed não vê pressa em retirar os estímulos monetários, como as compras de US$ 120 bilhões mensais em títulos, que injeta dinheiro na economia.

Falas adicionais hoje, como a do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, terão pouca influência adicional do já firmado entendimento no início da semana.

Adicionalmente, o comunicado de Bostic parece dar mais atenção às questões raciais na recuperação econômica (ele é um dos poucos membros negros do Fed), um tema apropriado considerando que os EUA acabam de ter o primeiro feriado nacional aprovado em décadas derivado justamente da questão racial.

Cinco anos de Brexit

A separação entre a União Europeia e o Reino Unido já está comemorando seu aniversário de cinco anos desde a aprovação do referendo de permanência, em 2016. A questão em si, contudo, ainda não foi encerrada.

Gradualmente, mais peças são acrescentadas ao tabuleiro, como foi o caso da importante aprovação no final do ano passado sobre as questões comerciais.

Outros pontos ainda são tratados, como os embates entre o Reino Unido e a França sobre a questão do comércio de alimentos (frios, mais precisamente), mas são questões secundárias.

Aliás, o divórcio já começou a render uma nova dinâmica global aos ingleses: foi iniciada a discussão de integração do Reino Unido ao Tratado de Parceria Transpacífica – apesar de estar no Oceano Atlântico, membros da Commonwealth britânica estão no Oceano Pacífico, como Canadá, Nova Zelândia e Austrália.

Se o acordo for fechado, haverá supressão de 95% das tarifas de bens e serviços para com os países membros.

Anote aí!

A agenda está cheia no exterior, a começar com os índices dos gerentes de compra (PMI na sigla em inglês) na Zona do Euro.

Apesar de terem sido entregues acima do esperado, não conseguiram dar suporte para uma alta das Bolsas nesta manhã.

Os EUA também apresentarão seus PMIs (composto, manufatureiro e de serviços) preliminares de junho, bem como os dados de vendas de moradias novas de maio, importante indicador de atividade econômica.

Fala de autoridades monetárias estadunidenses (Michelle Bowman, Eric Rosengren e Raphael Bostic), como conversamos acima, não devem trazer forte impacto.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, falará novamente hoje em vídeo pré-gravado em homenagem a Henrik Enderlein, durante evento do Instituto Hertie, mas suas palavras não deverão trazer pressão.

Por fim, depois de tanta volatilidade derivada da atuação vocal dos membros do Fed, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, deverá ter um testemunho mais contido hoje no Comitê de Orçamento do Senado americano.

Muda o que na minha vida?

Você concorda com a vacinação obrigatória? Um tema bem polêmico, certo?

Pois bem, no retorno das pessoas aos escritórios, os empregadores podem exigir que seus trabalhadores sejam vacinados contra Covid-19 – pelo menos esse tem sido o cenário nos EUA.

O requisito de vacinação obrigatória se aplica a todos os funcionários que entram fisicamente no local de trabalho, com apenas algumas exceções permitidas por lei, como motivos médicos ou religiosos.

A medida visa os retornos à normalidade sem incorrer em riscos para a saúde das pessoas no local.

Alternativamente, as empresas também poderiam oferecer incentivos para vacinar os trabalhadores – desde que os incentivos não sejam coercivos, claro. Já há movimentos que provavelmente abrirão uma resposta às empresas via processos judiciais.

Conversamos recentemente aqui no Transparência Radical sobre iniciativas de Estados americanos que remuneram pessoas que se vacinaram com prêmios dos mais diversos tipos, desde cupons até maconha – você já conferiu o nosso novo Cannabis Ativo?

Devemos ver desdobramentos como este em breve aqui no Brasil também, somado à chance de termos no mundo um passaporte para vacinação.

  • Fique de olho!

 Está no ar o episódio 1 da série Agro Cash!

Confira agora o episódio inédito da série Agro Cash da Vitreo.

Neste primeiro episódio, o Jojo vai mostrar como você pode se beneficiar da geração de riqueza do agronegócio.

E o melhor, sem você ter que comprar um pedaço de terra, milhares de cabeças de gado ou ser o responsável por qualquer maquinário ou logística.

Nada disso.

A ideia principal é você ficar com a parte que realmente interessa: o provável dinheiro no bolso trazido pelo crescimento deste setor.

As pessoas comuns nunca tiveram a chance de ter acesso aos mais sofisticados investimentos deste setor que alavanca o Brasil.

Mas, hoje, é o primeiro passo para essa mudança definitiva.

Você terá a oportunidade de buscar a multiplicação do seu capital com o agronegócio, mas sem precisar mudar uma virgula da sua rotina.

O Brasil do Agro está semeando e colhendo dinheiro nesse exato momento.

Portanto, não fique de fora!

Clique no botão abaixo e assista ao primeiro episódio da série: O Brasil do Agro”.

[QUERO ASSISTIR AGORA]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.