Premiê do Japão anuncia estímulo de 20% do PIB em reação ao coronavírus

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prometeu nesta segunda-feira adotar um pacote de estímulo econômico inédito, equivalente a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), já que seu governo tomará “todas as medidas” para combater os efeitos negativos crescentes do coronavírus.

O pacote, a ser confirmado pelo gabinete na terça-feira, totalizará 109 trilhões de ienes (989 bilhões de dólares), ultrapassando de longe aquele compilado na esteira da crise financeira de 2009, que totalizou 56 trilhões de ienes e gastos fiscais de 15 trilhões de ienes.

“Decidimos adotar um pacote econômico de escala maciça e inédita no valor de 109 trilhões de ienes, ou 20% do PIB, após o dano imenso do novo coronavírus na economia“, disse Abe aos repórteres depois de se reunir com parlamentares veteranos do partido governista.

Abe não deu maiores detalhes, mas o montante pode incluir medidas econômicas anteriores avaliadas em 26 trilhões de ienes, que foram adotadas no final do ano passado para lidar com os riscos da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Mas o pacote acabou sendo maior do que a quantia prevista por agentes do mercado, o que gerou uma sensação de segurança nas pessoas que enfrentam reduções na renda e confinamento, disseram analistas.

“Pode haver um impacto limitado no estímulo ao consumo, dado que muitas pessoas estão deixando de ir às compras”, disse Masaki Kuwahara, economista sênior da Nomura Securities. “Mas isso pode evitar um efeito secundário no agravamento da economia”.

O pacote conta com compensações em dinheiro de mais de 6 trilhões de ienes a lares e pequenas e médias empresas que estão passando por dificuldades, disse Abe, enfatizando os estragos abrangentes do vírus, que vêm causando o temor de uma recessão.

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Abe disse que declarará um estado de emergência até terça-feira.

Para proteger o emprego, o governo também estabelecerá arranjos por meio do pacote para permitir que pequenas e médias empresas emprestem de instituições financeiras particulares com juro zero, disse o premiê.

O pacote ainda dá às empresas em apuros um período de carência para o pagamento de impostos e injeta 26 trilhões de ienes em programas sociais para ajudá-las a manter os negócios em operação, acrescentou.