Criptomoedas

Presidente da SEC diz que “não está preparado” para dizer se moeda digital do Facebook é um ativo

24 set 2019, 18:17 - atualizado em 24 set 2019, 22:13
Questionado diretamente se ele acredita que a libra pode ser considerada como um ativo financeiro, ele afirmou que “não está preparado para tomar uma decisão como esta” (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton)

O presidente da Securities and Exchange Commission (SEC) se recusou repetidamente a dizer a uma comissão do Congresso dos Estados Unidos se a moeda digital libra, do Facebook, pode ser regulada como um ativo.

Participando da Comissão de Serviços Financeiros junto com outros diretores da SEC, o presidente do órgão fiscalizador dos mercados de capitais dos EUA, Jay Clayton, disse que apesar de ainda não ter discutido com o Facebook o plano para a moeda digital, ele mantém uma política de “portas abertas”.

Questionado diretamente se ele acredita que a libra pode ser considerada como um ativo financeiro, ele afirmou que “não está preparado para tomar uma decisão como esta”.

A suíça Associação Libra, organização formada pelo Facebook e outros 27 membros, anunciou em junho que planejava lançar a libra, uma moeda digital lastrada numa cesta de moedas, em 2020.

Os comentários de Clayton ocorrem no momento em que a libra enfrenta crescente pressão global de reguladores financeiros.

França e Alemanha afirmaram que vão bloquear o funcionamento da libra na Europa e que vão apoiar o desenvolvimento de uma criptomoeda pública.

A SEC pode desempenhar um papel importante na regulação da libra e alertou antes que a emissão de moedas semelhantes precisa ser regulada.

O Facebook afirma que a libra tem como objetivo tornar mais simples e mais barato pagamentos online, especialmente entre diferentes países.

“Criptomoedas, apesar de terem benefícios, podem representar um grande risco, particularmente em casos onde, na forma, elas são o mesmo que ativos financeiros ou moedas, ou sistemas de pagamento, e não reguladas da mesma forma”, afirmou Clayton.

A audiência desta terça-feira marcou a primeira vez desde 2007 que uma comissão do Congresso dos EUA ouviu todos os diretores da SEC e seu presidente.

reuters@moneytimes.com.br