Economia

Prévia fraca do PIB consolida mês de indicadores ruins para a economia

15 dez 2021, 11:45 - atualizado em 15 dez 2021, 11:45
Indústria Manufatura Fábrica Coronavírus Máscara
(Imagem: Divulgação/CNI/José Paulo Lacerda)

A queda mensal em outubro de 0,4% do IBC-Br, indicador divulgado pela Banco Central nesta quarta-feira (15) e que é considerado uma “prévia” do PIB, consolida um mês de indicadores ruins para a economia brasileira, dizem analistas do mercado.

Dados do comércio, varejo e indústria recentes, relevados pelo IBGE, variaram negativamente e ainda abaixo das expectativas de mercado, depois de o país entrar em recessão técnica com a queda de 0,1% do PIB no terceiro trimestre.

Em outubro, o IBC-Br ficou abaixo da projeção de queda de 0,2%, segundo pesquisa da Reuters.

O economista e sócio da BRA, Alexsandro Nishimura, destaca que todos os setores surpreenderam negativamente. “A deterioração da atividade deve gerar cautela no mercado quanto ao crescimento do PIB, especialmente em meio à alta inflação e ao aperto monetário”.

Nishimura vê as ações mais ligadas ao macro local e expostas ao crescimento possivelmente mais impactadas e com volatilidade.

Corrosão da renda

O economista do banco BV Carlos Lopes comenta que uma das principais causas para os dados fracos é a inflação elevada, que sobe 10,74% em 12 meses.

“A alta dos preços ajudou a corroer a renda na segunda metade do ano, e prejudicou o consumo de bens e serviços”, diz. “Indústria é afetada pelo mesmo motivo, mas ainda tem problemas na cadeia produtiva”.

Na outra ponta, destaca Lopes, há o aperto monetário, com a Selic a 9,25% ao ano. “As taxas de juros de mercado já se encareceram há bastante tempo, afetando o crédito”, afirma.

O BV espera um crescimento de 0,3% do PIB no quarto trimestre. No próximo ano, a economia avançaria 0,6%, com indústria, comércio e serviços sofrendo, mas ajudados pela agropecuária e setor externo, diz Lopes.

O estrategista-chefe do Modalmais, Felipe Sichel, comenta que a perspectiva continua negativa para a atividade como um todo.

“No curto prazo, gargalos logísticos continuam limitando o avanço da indústria, enquanto a alta da inflação e do aperto monetário impactam negativamente o comércio e os serviços”, diz.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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