Renda Variável

Previdência privada: Veja como uma boa carteira de ações pode vitaminar sua aposentadoria

30 jan 2024, 13:21 - atualizado em 30 jan 2024, 13:21
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Um fundo de previdência deve se beneficiar com participação de renda variável, na avaliação de gestores; período de investimentos afeta estratégia (Imagem: Canva Pro)

No universo das finanças pessoais, uma das questões que podem aparecer entre os investidores é se vale a pena incluir ações em uma carteira de previdência privada.

O mercado de renda variável, que pode trazer certo receio para alguns, traz oportunidades atrativas no longo prazo. O índice Ibovespa, por exemplo, que comporta as principais empresas da Bolsa, subiu 151% nos últimos 10 anos.

Frederico Mesnik, sócio-fundador e CEO da Trígono Capital, vê no longo prazo um caminho promissor para quem busca uma boa rentabilidade no momento da previdência. “Renda variável sempre dá mais do que a renda fixa“, afirma Mesnik.

Tempo para resgate altera estratégia

Para ele, o período de investimentos é crucial para a decisão, por conta das questões tributárias envolvidas. Em fundos de previdência, a tributação pode seguir a tabela regressiva ou progressiva.

Na tabela regressiva, a alíquota de Imposto de Renda diminui com o tempo, partindo de 35% para aplicações de até 2 anos, até 10% para aplicações acima de 10 anos. Na progressiva, segue a tabela do IRPF, beneficiando quem tem renda menor.

Já em fundos de investimentos em ações, a tributação é de 15% sobre os lucros, independentemente do prazo de aplicação. Ele sugere uma abordagem mais agressiva para prazos mais longos, com 100% em renda variável.

Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos, também vê diferentes abordagens de acordo com o prazo.

“Se o investidor estiver pensando no horizonte de pelo menos 5 anos, ele deve ter em torno de 30% a 40% de renda variável”, diz. No entanto, se o prazo for menor, o ideal é de “10% a 20%”.

Quais ações escolher numa carteira de previdência?

Alexandre Dellamura, mestre em economia e diretor de conteúdo da Melver, diz que o investidor pode contar com algumas ações para o longo prazo, montando uma parte de sua carteira com foco nessas ações.

“Pensando em um investidor conservador para moderado, é recomendado que a soma dos seus ativos em renda variável não ultrapasse 10% dos recursos”, diz. Ele afirma que a carteira deve ser mesclada com três tipos de ações:

• Empresas que demonstrem fundamentos sólidos, principalmente financeiros. Receitas consistentes, lucros crescentes e baixo endividamento devem ser observados. Isso se junta a uma boa governança corporativa;
Blue Chips: as gigantes consolidadas no mercado, com história de estabilidade e solidez sempre devem ser consideradas;
Boas pagadoras de dividendos, com características que sustentem esse perfil no longo prazo. São ótimas geradoras de fluxo de caixa recorrente.

Dellamura traz alguns exemplos dessas empresas: Itaú Unibanco (ITUB3 ou ITUB4), Vale (VALE3), Ambev (ABEV3), WEG (WEGE3), Petrobras (PETR3 ou PETR4), CPFL (CPFL3) e Taesa (TAEE11).

Ele afirma que, se o investidor tem maior conhecimento, disponibilidade para analisar o mercado ou é assessorado por profissionais do mercado, há outras ações válidas para a carteira.

“Empresas de setores com potencial de crescimento (tecnologia, saúde, infraestrutura, energia renovável) e empresas nacionais internacionalizadas (com presença internacional) também devem ser consideradas”, diz.

E numa previdência complementar?

O raciocínio já muda se o investidor tiver a oportunidade de ter uma previdência complementar. No caso, são fundos de previdência fechados, oferecidos por entidades públicas ou privadas. É o caso da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, o maior do país, com mais de R$ 250 bilhões em patrimônio.

No caso desses players, a vantagem da previdência pode ser maior que um fundo aberto, visto que há a participação dos patrocinadores, quando a empresa colabora com a aplicação dos funcionários, podendo dobrar ou até multiplicar o que é aplicado, mensalmente.

Mesnik diz que, independentemente do modelo previdenciário, o investidor precisa estar atento à gestão de seu patrimônio. “Fazer um fundo de previdência depende do seu gestor, se o cara é bom, qualificado, você faz. Eu acho que, na entidade fechada, o contribuinte se compromete mais em ficar numa cabeça de longo prazo, ele faz uma provisão para longo prazo, de alocação”, afirma.

Segundo ele, em um fundo de investimento, há a vantagem de uma maior liquidez e liberdade de trocar a gestão dos recursos. “A pessoa tem a opção de resgatar imediatamente. Se tiver uma dificuldade, ele mete a mão na grana e resgata”, afirma.

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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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