ImóvelTimes

Mercado imobiliário começa o ano em forte ritmo, mas alerta para dificuldade em suprir demanda

05 fev 2025, 16:34 - atualizado em 05 fev 2025, 16:35
secovi Ely Wertheim.
Ely Wertheim, presidente executivo da Secovi-SP (Pedro França/Agência Senado)

A oferta de imóveis na cidade de São Paulo caiu 9,2% em 2024, apesar do forte número de lançamentos e vendas, apontou a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), divulgada nesta quarta-feira (5).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A cidade registrou 104,4 mil unidades lançadas durante o ano, uma alta de 43% em relação a 2023. Já as vendas somaram 103,3 mil unidades, crescimento de 36% no mesmo período. O Valor Global Vendido (VGL) acumulado dos 12 meses foi de R$ 54 bilhões, atualizado pelo INCC-DI de dezembro de 2024.

  • VEJA MAIS: resultado do 4T24 pode fazer os dividendos desta incorporadora chegar até 25% este ano; veja qual

No cenário nacional, o VGL dos primeiros nove meses do ano foi de R$ 146 bilhões, enquanto o Valor Geral de Vendas (VGV) atingiu R$ 163 bilhões, representando altas de 13% e 21% em relação ao ano anterior, respectivamente.

Apesar dos números positivos, Ely Wertheim, presidente executivo da Secovi-SP, destacou que o setor enfrenta dificuldades para suprir a demanda, e o problema é o mesmo de sempre: escassez de recursos.

O FGTS, principal recurso do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e a poupança não apresentam perspectiva de crescimento, e os produtos financeiros do mercado de capitais – como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Fundo de Investimentos Imobiliários (FIIs) – são impactados pelas altas taxas de juros, encarecendo o crédito imobiliário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a pesquisa, o setor de construção financiou R$ 50,1 bilhões utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), 27% a mais do que o ano de 2023. Enquanto isso, a captação líquida segue estável, no patamar de R$ 750 bilhões desde 2021.

Em relação ao financiamento para aquisição de imóveis, ou seja, de pessoa física, foram utilizados R$ 136,6 bilhões durante o ano de 2024, sendo R$ 93,3 bilhões com imóveis usados e R$ 43,3 bilhões com imóveis novos.

Já a inadimplência, que são considerados contratos com mais de três prestações em atraso, ela é a menor da série histórica, de apenas 1%.

O estudo também mostra dados do índice IGMI-R, que mede a evolução dos preços dos imóveis, que mostra um crescimento de 88,1% nos últimos 7 anos, contra um IPCA de 44,4%. Em São Paulo, a alta foi de foi de 112%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Wertheim defende que o mercado imobiliário tem se valorizado com o passar dos anos e que ainda se mostra um bom negócio para quem compra e por isso, a demanda segue tão alta.

“Não há mercado com financiamento mais vantajoso para adquirir um bem do que o imobiliário”, disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Perspectivas para 2025

Para o ano de 2025, a Secovi-SP tem uma perspectiva bastante positiva para o setor, apesar do cenário macroeconômico, e acredita que deve manter o nível próximo ao de 2024.

Segundo o executivo, janeiro deste ano já apresentou um número maior de lançamentos frente ao mesmo período no ano passado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mesmo assim, as projeções da instituição são conservadoras e apontam para uma variação de 0% a 5% no número de lançamentos e vendas para o MCMV e de -5% a 5% para os outros mercados. A expectativa mais branda reflete o temor do quanto o funding atual consegue suportar o crescimento do setor.

Compartilhar

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.