Economia

Quando a inflação voltará para o patamar de 4%?

08 out 2021, 12:32 - atualizado em 08 out 2021, 12:32
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Apesar da elevação expressiva, a cifra ficou abaixo do esperado por economista (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados na manhã desta sexta-feira (8) mostraram uma aceleração de 1,16%. No acumulado do ano, o índice passa de 10%. 

Apesar da elevação expressiva, a cifra ficou abaixo do esperado por economistas. A pesquisa Reuters, por exemplo, projetava aumento de 1,25%. 

Com isso, a inflação atingiu a maior taxa acumulada desde fevereiro de 2016.

Segundo Rachel de Sá, economista-chefe da Rico, a alta foi puxada, principalmente, por efeitos pontuais em alguns bens, que devem pressionar o indicador no mês que vem. 

“A inflação de serviços ficou menos pressionada e disseminada do que o esperado”, ressalta.

Depois da divulgação, a curva DI (onde os agentes de mercado precificam onde vêm os juros por aqui no futuro) caiu. 

“Com uma inflação um pouco menor do que o esperado no mês, a curva “fecha” (ou seja, a expectativa de juros cai), e títulos prefixados e híbridos (como NTN-Bs) tendem a valorizar, especialmente os de curto prazo. Mas vale lembrar que esses movimentos são bastante voláteis (mudam a todo o momento)”, diz.

Para Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, em entrevista ao Money Times, os números são preocupantes. 

“Aquele cenário que a gente traçava no começo do ano de que o IPCA seria forte até metade e iria desacelerar no 2° semestre, não está se concretizando”, aponta.

De acordo com o Bank Of America, para outubro é esperado que a inflação mensal desacelere para 0,64% no comparativo mensal, impulsionada pelo alívio nos preços de combustíveis e energia.

“Isso corrobora nossa visão de Banco Central reduzindo o ritmo de alta em dezembro. Além disso, o ciclo de alta em andamento do BCB deve evitar que as pressões de alta persistam no médio prazo”, aponta.

Quando vai voltar a patamares aceitáveis?

Na avaliação da Rico, para 2022,  uma série de fatores podem fazer com que a inflação perca força, encerrando o ano em 3,9%

“A normalização de cadeias de produção globais (fábricas e portos voltando ao normal, insumos industriais deixando de faltar no mercado) e de questões climáticas como a falta de chuvas, a estabilização de commodities agrícolas, o fim de estímulos fiscais elevados, e claro, uma taxa de juros em elevação – até 9,25% em março do ano que vem”, argumenta.

Na hora de se proteger da inflação, a corretora indica títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação, como NTN-Bs, ativos reais, como as próprias commodities, e fundos imobiliários (atrelados a aluguéis com correção inflacionária).

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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