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Queda da Ambev (ABEV3) é oportunidade? Bradesco BBI vê ação saltando 60%

13 fev 2023, 17:45 - atualizado em 14 fev 2023, 1:50
Brahma/Ambev
Americanas respingou na Ambev e ação derreteu; Bradesco BBI vê oportunidade (Imagem: Ambev/Divulgação)

A Ambev (ABEV3) viu suas ações sofrerem após a bomba do caso Americanas (AMER3).

Controlada por anos pelo trio do 3G, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Carlos Telles (eles deixaram de ser controladores da varejista em 2021), o receio era que a prática que resultou em rombo de R$ 20 bilhões pudesse ser estendido para as outras companhias do portfólio dos bilionários, como a cervejaria.

Porém, para o Bradesco BBI a ação está descontada, com o papel negociado a 13 vezes o preço sobre o lucro (PL), abaixo da média histórica de 21 vezes. O preço-alvo é de R$ 21, potencial de alta de 60%.

“Estamos otimistas com a Ambev devido à resiliência dos preços da cerveja e à queda dos custos das commodities, o que deve permitir a expansão das margens nos próximos anos”, coloca.

No relatório, o Bradesco também separou quatro tópicos. Veja a seguir.

O que esperar do resultado da Ambev em 2023?

Junto com o resultado do quarto trimestre, os analistas esperam que a cervejaria divulgue o seu guidance (projeção) para 2023. O BBI vê aumento de 5% a 10% dos custos.

“Isso está em linha com os 7% que assumimos em nosso modelo e acreditamos que esteja dentro das expectativas dos investidores”, discorre.

Ambev vs fornecedores

Ao todo, os analistas lembram que a Ambev tinha R$ 42,5 bilhões em acordos fora do balanço com fornecedores no terceiro trimestre de 2022 (contra R$ 52 bilhões em 2021), o que é uma prática comum entre seus pares listados, Heineken e Molson.

Os analistas explicam que embora os relatórios anuais não tenham detalhes específicos, um exemplo seria quando um fabricante de cerveja assina um compromisso de compra de um determinado número de latas por 10 a 20 anos em conexão com um fabricante de embalagens que investe em capacidade adicional.

“Neste caso, como as latas ainda não foram compradas e, portanto, não é uma obrigação, o contrato é mantido
fora do balanço, mas flui para a linha de contas a pagar no balanço quando o serviço/produto é entregue”, dizem.

Despesas com juros e fornecedores

Na Americanas, o risco sacado, quando a empresa terceiriza o pagamento dos fornecedores para os bancos, foi um dos motivos para o rombo de R$ 20 bilhões.

No caso da Ambev, o Bradesco diz que a empresa desconta a valor presente as suas dívidas futuras com base numa taxa de juro, sendo o valor presente aquele que é contabilizado no passivo do seu balanço.

“A despesa de juros (contas futuras – valor presente) resultante desse cálculo deve impactar seu resultado líquido mais ou menos em linha com o prazo de pagamentos (2-3 trimestres)”, argumenta.

Mesmo assim, o BBI acredita que a Ambev está considerando como melhorar a visibilidade desse assunto em seus próximos resultados do quarto trimestre.

Questão tributária

Uma informação de que a Ambev teria um rombo de R$ 30 bilhões em impostos sob reivindicações ao governo relacionadas à produção de refrigerantes na Zona Franca de Manaus fez a ação despencar 4%.

Logo a própria Ambev soltou nota afirmando que, entre outras coisas, calcula os créditos tributários com base na legislação e suas demonstrações financeiras estão de acordo com as normas legais e contábeis, com ampla divulgação das pendências tributárias.

“Como temos apontado em nosso diário, perdas potenciais para a Ambev relacionadas a créditos tributários da Zona Franca de Manaus foram estimadas em R$ 5,6 bilhões de acordo com suas demonstrações financeiras do 3T22, valor que não foi provisionado, pois as perdas são possíveis, mas não prováveis”, argumenta.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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