Mercados

Radar do mercado: O que importa para a bolsa nesta quinta, segundo 4 analistas

20 jan 2022, 10:12 - atualizado em 20 jan 2022, 10:27
B3, Ibovespa, Mercados, Ações
Ibovespa futuro subia 0,44% no início desta manhã, com os mercados globais amanhecendo mistos.  (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

A temporada de resultados nos Estados Unidos e a sinalização de que o Banco Central Europeu não possui motivos para agir duramente contra a inflação são alguns dos destaques do pregão desta quinta-feira (20), segundo os relatórios de abertura das corretoras.

O Ibovespa futuro subia 0,44% no início desta manhã, com os mercados globais amanhecendo mistos (EUA +0,4% e Europa -0,2%) após mais um dia de quedas, pressionando as empresas de tecnologia

Veja o que importa para a bolsa hoje, segundo quatro analistas.

XP: Lagarde diz que o BCE não deve seguir os passos austeros do Fed 

A XP comenta que a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse que a autoridade monetária tem “todos os motivos” para não responder com tanta força quanto o Fed (banco central americano) ao aumento da inflação.

Ela destacou, lembra a corretora, que a inflação na Europa está “claramente mais fraca” e a recuperação econômica na região não é tão sólida quanto nos EUA.

“É um sinal claro de que o BCE ainda não vê a necessidade de aumentar as taxas de juros este ano, enquanto os mercados estão apreçando 3 a 4 aumentos nas taxas de juros nos EUA”, diz. A XP destaca que as pressões inflacionárias na zona do euro, no entanto, continuam aumentando.

Rico: Foco nas empresas

Para a Rico, a temporada de resultados mostrou bons números para o Morgan Stanley e Bank of America.

No entanto, diz a corretora, o mercado também aumentou a cautela com a United Airlines, que, além do resultado do trimestre, divulgou um alerta de que a variante Ômicron do coronavírus prejudicou as reservas e deverá atrasar a sua recuperação na pandemia.

“Hoje empresas como American Airlines e Netflix reportam. No agregado, das 46 empresas do S&P 500 que reportaram seus resultados, 78% superaram as expectativas”, diz.

Ágora: China cortará taxas de juros para empréstimos

A Ágora destaca que, na Ásia, os índices acionários não seguiram direção única e nem mesmo a notícia que a China cortará as taxas de juros para empréstimos de curto e longo prazo deu ânimo aos negócios.

A medida é uma tentativa de suportar a dinâmica economia do país, após dados de atividade mostraram desaceleração em meio a novos surtos de Covid-19, diz.

“No Brasil, o Ibovespa pode buscar força no comportamento dos mercados americanos para seguir trajetória de alta, embora assuntos relacionados a trajetória fiscal, incluindo os debates sobre reajustes dos servidores públicos, continuem no radar dos investidores”.

BB: Viés otimista, de olho no risco local

Para o BB Investimentos, os ativos locais devem seguir sensíveis ao exterior, observando o alívio momentâneo das taxas de juros, apesar dos dados de inflação na Europa ainda persistentes em alto patamares. “Além disso, adoção de mais estímulos na China também contribui para um viés um pouco mais otimista.”

No front interno, diz a corretora, as atenções dos agentes seguem voltadas para o ambiente de incertezas gerado pela pressão do funcionalismo público federal por reajustes salariais.

“No entanto, ontem o presidente não deixou claro qual será a decisão tomada para o reajuste para policiais federais que havia sido provisionado”.

Para o BB, seguem no radar a provável pressão política por mais gastos em um ano eleitoral, os receios de aumento de despesas provocadas por uma nova onda da pandemia, a possível ampliação do programa Auxílio Brasil e o noticiário em torno do Orçamento/22 que precisa ser sancionado ou vetado até a próxima sexta-feira (21/01).

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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