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Real Digital: ‘Quero que o dono da transação seja um contrato, e não uma pessoa’, diz Campos Neto

05 abr 2023, 13:50 - atualizado em 05 abr 2023, 13:52
Roberto Campos Neto, Selic
‘Tecnologia é instrumento mais democratizante do mundo. Muitas coisas foram democratizadas com a tecnologia’, diz presidente do BC, Roberto Campos Neto (Imagem: You Tube/Banco Central do Brasil)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, comentou sobre tokenização, Real Digital e até possíveis planos para o Pix nesta quarta-feira (5) no Evento do Esfera Brasil.

O presidente do BC explica que, para ele, o grande objetivo é democratizar o espaço financeiro no país. Para ele, a melhor forma de atingir isso é com tecnologia. 

“A tecnologia é o instrumento mais democratizante do mundo. Muitas coisas foram democratizadas com a tecnologia”, diz. Campos Neto explicou que o plano consiste em três passos, dentro de um bloco de passos a serem seguidos. Um trilho comum, um instrumento de comparabilidade e, por fim, a tokenização.

O primeiro tem como objetivo construir uma ferramenta que seja algo em comum, de fácil acesso, e que elimine barreiras de entrada para que todas as instituições financeiras possam oferecer esse serviço. Esse foi o Pix.

“Fizemos questão de fazer o Pix de uma forma programável, ao contrário, por exemplo, do que o da Índia. Porque se a gente fizer um Pix programável, podemos colocar smart contracts [contratos inteligentes] no Pix”, declarou.

O segundo bloco trata-se de portabilidade e compatibilidade. Campos Neto diz que a ideia do Open Finance foi justamente a de construir um serviço por meio, e em cima, do Pix que ofereça maior competição entre as instituições financeiras.

Próximos passos: Real Digital, tokenização e monetização de dados

O “Grand Finale” seria o Real Digital, que faz parte do terceiro bloco. Esse trata sobre a digitalização total dos serviços. “Significa que eu quero que o dono da transação seja um contrato, e não uma pessoa”, diz.

A frase de Campos Neto faz alusão à capacidade de um contrato inteligente de auto executar uma transação, sem a necessidade de uma pessoa definindo as regras. Tais regras seriam pré-existentes e descritas digitalmente no contrato inteligente.

Para estimular os bancos a fazer parte da tokenização, o CBDC (moedas digitais emitidas por bancos centrais) foi feito tokenizando depósitos bancários. “Vai baratear todo o processo de transação financeira e gerar eficiência”, explica. 

O CBDC é um depósito digital, que herda características já existentes e não engessa com regulação, segundo ele. O presidente do BC diz ainda que, em breve, começará um piloto de tokenização com títulos públicos.

“No fim, o que se vai ter é um instrumento no celular onde será possível navegar no sistema financeiro com portabilidade, digitabilidade, comparabilidade etc.”, explica. 

Por fim, Campos Neto comenta sobre monetizar os dados coletados por meio destas tecnologias com Internet das Coisas (IoT), emitir tokens em cima dos dados e conversar com a moeda digital. “Se completarmos todas essas etapas. Existe a grande chance de sermos conhecidos como o sistema financeiro mais moderno no mundo”, completa.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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