Política

Receita antiga, público novo: O segredo de Lula para conquistar a classe média

07 ago 2023, 14:48 - atualizado em 07 ago 2023, 14:48
Lula, Carros
Lula custou para conquistar classe média durante as eleições e busca formas de consolidar a presença do governo com esse grupo. (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)

Durante os seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2011, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma série de programas voltados para a classe baixa. No entanto, durante o período de Jair Bolsonaro, muitos desses projetos foram pausados ou substituídos – o que levou a uma reciclagem de programas desde que Lula voltou ao poder.

Apesar de seguir atendendo a população baixa renda, o governo tem um novo alto: a classe média. Nas últimas eleições, esse foi o grupo que Lula precisou conquistar para garantir a vitória apertada. A última pesquisa Datafolha feita antes do segundo turno das eleições de 2022 mostrou uma rejeição considerável a Lula entre esse estrato social.

Enquanto Lula tinha 61% de intenção de votos entre os mais pobres, Bolsonaro tinha 39%. No entanto, entre a população que ganha entre dois e cinco salários mínimos, Bolsonaro tinha 55% de intenção de voto, já Lula tinha 45%.

Por isso, ele também já lançou novos programas voltados para esse grupo, além de quebrar a cabeça para ampliar os já existentes.

Lula 3: Veja os programas reciclados e os voltados para classe média

Reciclados
Desde janeiro, cinco programas criados nos primeiros mandatos de Lula voltaram a funcionar: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular e Luz para Todos. Além disso, recentemente, o atual governo relançou o Mais Médicos, criado durante a gestão de Dilma Rousseff, na época sucessora de Lula.

Também já está no radar o relançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ou Novo PAC, como será batizado. Segundo o governo, o plano de investimentos em infraestrutura será voltado para a política de “neoindustrialização”.

Classe Média
Entre os programas voltados para a classe média já são dois confirmados o Desenrola Brasil e o Voa, Brasil.

O primeiro é voltado para a renegociação de dívidas e já foi lançada a primeira fase, para dívidas bancárias e devedores com a renda de até R$ 20 mil. Em setembro, está prevista a segunda fase, para empresas dos demais setores e pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos ou inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).

Já o Voa, Brasi está previsto agora para agosto e será um programa de passagens a R$ 200. As passagens terão valor reduzido durante os períodos de baixa temporada e os voos devem ser disponibilizados em horários fora do pico.

As pessoas elegíveis poderão comprar quatro passagens por ano pelo programa. A proposta é que os passageiros que não voaram nos 12 meses anteriores tenham prioridade.

Segundo as informações já divulgadas, o Voa Brasil será destinado para aposentados, pensionistas e estudantes, além de pessoas que possuam renda de até R$ 6,8 mil.

Se dependesse de Lula, o Minha Casa, Minha Vida também atenderia pessoas que ganham até R$ 12 mil por mês. Atualmente, o programa habitacional contempla famílias com renda mensal de até R$ 8.000 em áreas urbanas e de até R$ 96 mil em áreas rurais.

“Precisamos não apenas fazer o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média”, disse Lula. “O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil. Esse cara também quer ter uma casa. E esse cara quer ter uma casa melhor”, disse Lula durante a estreia do programa “Conversa com o Presidente”.

No entanto, a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, descartou a ampliação da faixa de beneficiários – pelo menos neste ano. Segundo a executiva, os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) são insuficientes para viabilizar a medida em 2023.

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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