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Recuperação judicial: Depois de empresas, a tendência é no futebol?

01 jul 2023, 14:00 - atualizado em 30 jun 2023, 12:23
dívidas recuperação judicial futebol
Cheias de dívidas, grandes companhias pediram recuperação judicial neste ano; Vai acontecer o mesmo com clubes de futebol?(Imagem: Pixabay/ 1820796)

O primeiro semestre foi agitado para empresas de capital aberto, as SAs, com a quantidade de pedidos de recuperação judicial. Os destaques, sem dúvidas, foram Americanas (AMER3) e Light (LIGT3).

Endividadas, as companhias têm recorrido a esse mecanismo enquanto buscam meios de limpar a lista de credores. Com os clubes de futebol, não têm sido diferente. A fila de times brasileiros que devem milhões e até bilhão é grande e a tendência é crescer mais. A fila e as dívidas.

“A recuperação judicial e a extrajudicial para os clubes são os instrumentos mais importantes que a lei da SAF [Sociedade Anônima do Futebol] trouxe que, não só devem pensar, como devem adotar a recuperação judicial”, avalia o CEO da empresa de gestão esportiva Win the Game, Cláudio Pracownik, em entrevista ao Money Times.

Clubes brasileiros em recuperação judicial

No Brasil, clubes como Cruzeiro, Coritiba, Chapecoense, Avaí, Sport, Náutico e Santa Cruz entraram com pedido de recuperação judicial.

Com dívidas até as tampas, como dizem popularmente, esses times de futebol recorreram a esse mecanismo graças à Lei que regulamenta a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), sancionada em 2021 durante o governo de Jair Bolsonaro.

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Desta forma, a Lei do clube-empresa permite que clubes peçam recuperação judicial e tenham descontos de até 90% para quitarem as dívidas milionárias.

Sendo assim, Pracownik reforça que a recuperação, tanto a judicial quanto a extrajudicial, dão aos clubes um ambiente regulatório adequado e seguro para o investimento do capital privado. “Portanto, são as ferramentas mais seguras que os clubes devem recorrer”, diz.

Lei dá respaldo para o futebol

Segundo o CEO da Win the Game, a adoção da recuperação judicial é um comprometimento do clube que quer pagar aos credores. “Ele está bem intencionado”, diz, enumerando alguns fatores positivos do time de futebol recorrer ao instrumento jurídico.

O executivo defende que os clubes façam valer o direito de pedir a recuperação judicial, como prevê a Lei, uma vez que querem manter o seu funcionamento e empregos. “O clube chama os credores em busca da aprovação de um plano com o voto desses credores”, esclarece.

Pracownik pondera que quem não quer pagar suas dívidas segue no esporte como um clube associativo, já que o processo de instituição de falência é mais complexo para o futebol aderir.

“Geralmente, o clube segue como associativo, se mantém devedor e não paga os credores. Ele não satisfaz nem os interesses de seus torcedores, porque perde a capacidade de investimento, e nem os de seus credores, já que não recebe recursos”, avalia.

No entanto, segundo o executivo da Win the Game, o time quer sanar as dívidas de maneira adequada, mantendo o clube em operação e permitindo que crescimento orgânico. “Aí, ele satisfaz os interesses dos credores atraindo capital privado”, comenta.

Ele acrescenta que, nesse caso, é por meio da adoção da SAF que clubes irão apresentar resultados também desportivos. “Não é à toa que ela vem sendo adotada por grandes clubes em situação de insolvência”, reforça.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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