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Regulação ou desregulamentação? As diferenças e semelhanças entre o rombo da Americanas e da FTX

12 jan 2023, 13:18 - atualizado em 12 jan 2023, 13:18
Lojas Americanas FTX
A narrativa principal entre o mercado foi de que, um mercado devidamente regulado, evitaria problemas do gênero (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Em comunicado divulgado ao mercado nacional nesta quarta-feira (11), Americanas (AMER3) informou que, em análise preliminar, foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis. O valor do rombo é de aproximadamente R$ 20 bilhões.

Ainda não existem certezas a respeito do que aconteceu com as Americanas, mas parece ter relação com um financiamento artificial através de bancos. O crédito tomado pela companhia parece não estar adequadamente refletido na conta dos fornecedores nas demonstrações financeiras.

No mercado cripto, um episódio parecido assolou o mundo dos criptoativos em novembro do ano passado, a falência da FTX. O rombo no balanço da corretora apontava para a insolvência e somavam US$ 8 bilhões em primeira análise. Também decorrentes de tomadas indevidas de crédito.

Qual é a diferença?

Com o passar do tempo, foram descobertos possíveis crimes financeiros na FTX, como a utilização de fundos de clientes para fins pessoais ou para recursos financeiros em sua empresa-irmã Alameda Research, o fundo hedge.

A narrativa principal no mercado financeiro foi de que um ambiente devidamente regulado evitaria problemas do gênero. Afinal, uma crítica recorrente no mercado cripto é a questão da desregulamentação.

Infelizmente, a regulação parece não ter ajudado para evitar o que aconteceu com as Americanas, cujos ativos são negociados no mercado regulado.

Todavia, no caso de FTX, o crédito tomado pela corretora era transformado em um token, quase que uma equity tokenizada, chamada de FTT. O token, após emitido, era depositado no fundo hedge da empresa-irmã e era contabilizado no balanço como receita.

A irresponsabilidade de Sam Bankman-Fried levou a empresa a decretar falência após o balanço ser vazado pelo portal de notícias CoinDesk. Atualmente, o ex-CEO enfrenta julgamento por crime financeiro nos Estados Unidos.

Mesmo após decretar falência, Bankman-Fried chegou a dizer em entrevista que o problema foi o fato do rombo ter vindo a público. Segundo ele, apenas alguns dias seriam necessários para consertar sua própria bagunça.

No caso das Americanas, após comunicar sobre a inconsistência, o então presidente Sergio Rial anunciou sua renúncia ao cargo. Recém-chegado ao posto, Rial ficou apenas dez dias no comando da varejista.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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