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Regulador francês diz que Google Analytics representa risco à privacidade de dados

10 fev 2022, 13:37 - atualizado em 10 fev 2022, 13:37
Google Tablet
Existe, portanto, um risco para os usuários do site francês que usam este serviço e cujos dados são exportados (Imagem: Shutterstock/silvabom)

O Google Analytics (GOOGL), serviço de análise de dados da web mais usado no mundo, deixa os dados de usuários franceses vulneráveis ao acesso por serviços de inteligência dos Estados Unidos, disse o órgão regulador francês CNIL nesta quinta-feira.

Numa decisão sobre um administrador de site francês não identificado, o regulador disse que o Google não tomou medidas suficientes para garantir os direitos de privacidade de dados vigentes na União Europeia quando as informações foram transferidas entre o continente europeu e os Estados Unidos.

A CNIL é um dos mais vocais e influentes órgãos reguladores de privacidade de dados da Europa.

“Essas (medidas) não são suficientes para excluir a acessibilidade desses dados pelos serviços de inteligência dos EUA”, disse a CNIL em comunicado.

“Existe, portanto, um risco para os usuários do site francês que usam este serviço e cujos dados são exportados”

A CNIL disse que o administrador do site francês em questão tem um mês para cumprir a regulamentação da União Europeia e que emitido ordens semelhantes a outros operadores de sites.

O Google não comentou a decisão. A empresa dissera antes que o Google Analytics não rastreia pessoas pela internet e que as organizações que usam essa ferramenta têm controle sobre os dados coletados.

A decisão da CNIL acompanha uma medida similar de sua contraparte austríaca, após reclamações do noyb (Non Of Your Business), grupo fundado pelo advogado e ativista de privacidade austríaco Max Schrems, que ganhou um caso de grande repercussão na alta corte do bloco europeu em 2020.

Google
No longo prazo, ou precisamos de proteções adequadas nos EUA ou acabaremos com produtos separados para os EUA e a União Europeia (Imagem: Unsplash/Brett Jordan)

Na ocasião, o Tribunal de Justiça da União Europeia barrou um acordo de transferência transatlântica de dados, o Privacy Shield, usado por milhares de empresas para serviços que vão desde infraestrutura em nuvem até folha de pagamento e finanças. A corte apontou preocupações similares às da CNIL.

Várias grandes empresas, incluindo Google e Facebook (FB), pediram que um novo pacto de transferência transatlântica de dados seja rapidamente acordado devido a riscos legais.

“No longo prazo, ou precisamos de proteções adequadas nos EUA ou acabaremos com produtos separados para os EUA e a União Europeia”, disse Schrems em reação à decisão da CNIL.

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