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Regulamentação, NFTs e Contratos inteligentes: 7 especialistas falam das perspectivas para 2022

02 jan 2022, 8:00 - atualizado em 02 jan 2022, 11:17
(Imagem: Jirapong Manustrong/Getty Images Pro)

Segundo diversos especialistas e pesquisas, este foi o ano em que o mercado de criptoativos finalmente esquentou.

O interesse por esse tipo de investimento pode ser medido de várias formas. A retrospectiva do Google com as principais buscas de 2021, por exemplo, destaca os termos “NTF” e “Bitcoin (BTC)”. O ranking também mostrou que as pesquisas com a expressão “Como comprar bitcoin” superaram as buscas sobre “como comprar ações”.

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas com o University Blockchain Resarch Initiative (UBRI) e a gestora Hashdex mostra que metade dos investidores em criptomoedas passou a investir neste mercado entre 2020 e 2021. 

Além de investidores iniciantes, os criptoativos também atraem pessoas cada vez mais jovens. A mesma pesquisa da FGV mostrou que aqueles que aplicam em cripto são mais jovens que os demais, em média, com idade entre 30 a 39 anos.

Mas essa efervescência continuará em 2022, ou tudo não passou de um modismo de mercado? Eis a resposta de sete especialistas no assunto.

Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero

De acordo com Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, a tendência do setor é de superar os ativos do mercado tradicional. “O processo de maior institucionalização do mercado é irreversível, o que tende a alimentar cada vez mais o fluxo de capital para o mercado”, diz.

De acordo com Felix, Bitcoin, Ethereum (ETH) e Solana (SOL) são as melhores alternativas para se expor aos criptoativos.

Lucas Xisto, head of asset management na Transfero

Para Lucas Xisto, head of asset management na Transfero, o desafio do mercado cripto será ganhar escala. “Assim como em 2021, o desafio de escalabilidade das redes distribuídas descentralizadas continua em 2022, em meio a demandas crescentes das novas aplicações que rodam em blockchains, principalmente as que envolvem finanças descentralizadas”.

Segundo Xisto, a expectativa é que, cada vez mais, as redes baseadas na Ethereum Virtual Machine (EVM) tenham espaço, uma vez que a maioria dos projetos de DeFi estão nesse ecossistema.

Ele diz que as blockchains que não usam a funcionalidade EVM terão o desafio de tornar seu ecossistema mais amigável para desenvolvedores construírem aplicações, o que pode significar uma maior adoção da EVM ou uma melhor infraestrutura interna para desenvolvimento desses apps. 

Bernardo Brites, CEO da Trace Finance

Para Bernardo Brites, CEO da Trace Finance, as criptomoedas serão cada vez mais aceitas e presentes nos produtos financeiros das instituições tradicionais e fintechs.

“Veremos mais empresas tradicionais entrando no mercado de cripto (como vimos com o Drop da Adidas Bored Ape que arrecadou US$ 23 milhões em seu lançamento e gerou uma mega exposição de marca) e explorando o potencial de monetização e branding dos NFTs e metaverso”, diz. 

De acordo com Brites, grandes instituições já estão experimentando produtos de finanças descentralizadas e veremos os primeiros serem lançados no ano que vem.

“A usabilidade da tecnologia blockchain será mais explorada em diversas indústria, como câmbio, comércio exterior, supply chain, entre outros”. 

 Ele também acredita que  teremos uma maior pressão dos governos com o intuito de regular e controlar as corretoras e players de criptomoedas, mesmo os descentralizados, através da regulamentação das empresas mantenedoras e desenvolvedores dos protocolos, para punir e sancionar as pessoas por trás deles. 

Ricardo Dantas, Co-CEO da Foxbit

Segundo Ricardo Dantas, Co-CEO da Foxbit, os países estão se preparando para regulamentar as criptomoedas, o que vai movimentar o mercado. “Aqui no Brasil, a criação das moedas digitais pelo Banco Central e a popularização das criptomoedas são algo para se esperar em 2022”, diz. 

Para ele, o Bitcoin deve sempre ser pensado como uma defesa contra a inflação. O Co-CEO espera que, no longo prazo, essa moeda tenda a subir, mas o mercado já mostrou que tem muita volatilidade no caminho.

“Acredito ainda que pode apresentar um valor mais alto em 2022, porém historicamente, existem grandes correções para este período pós-halving. Além disso, Bitcoin, Ethereum, Solana, AVAX e DOT são ativos para se ficar de olho no ano que vem”, afirma. 

Rafael Izidoro, CEO da Rispar

Rafael Izidoro, CEO da Rispar, diz que o ano de 2021 foi muito positivo para o Bitcoin. Ele lembra que além dos recordes de preço, o ativo contou com grandes marcos, como a entrada em massa de investidores institucionais, a adoção como moeda de curso legal em El Salvador, a descentralização da rede devido ao banimento da mineração na China, e a maior educação sobre o setor, que, segundo ele, resultou em uma percepção mais otimista e aberta da população sobre as criptomoedas.

 Já para o próximo ano, Izidoro enxegar grandes perspectivas. “Com a alta que vivemos em 2021 e a forte adoção pela população geral, grandes players institucionais e até Estados, a perspectiva é de ainda maior popularização do Bitcoin como reserva de valor, e, quem sabe o tão esperado, marco de US$100.000”.

Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy

Para 2022, Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy, aponta como “bastante promissoras” as blockchains de infraestrutura que possuem potencial para gerar novos processos de serviços financeiros e torná-los mais simples e eficientes.

“A Solana valorizou mais de 11.000% somente neste ano de 2021, se tornando um dos ativos de melhor desempenho do mundo. Outra beneficiada pela volatilização de mercado foi a SHIBA INU, que se fez notória pela recente valorização que extrapolou a alta dos 380%”, comenta.

O especialista também listou as quatro criptomoedas que considera mais promissoras para o próximo ano: Polygon, Avalanche, Uniswap e SushiSwap. 

Marcus Lavorato, coordenador do GT de cripto da ABFintechs

Para a Associação Brasileira de Fintechs, que possui um grupo de trabalho dedicado a desenvolver um ambiente mais seguro e transparente para players e clientes do universo de criptoativos, há uma atenção especial aos Projetos de Lei (PLs) que tramitam na Câmara (PL 2303/2015) e no Senado (PL 4207/2020), e que abordam a regulação do setor no país.

Marcus Lavorato, coordenador do GT de cripto da ABFintechs e diretor de Relações Institucionais do Mercado Bitcoin, acompanha de perto os debates nas comissões. “Os debates no Legislativo continuam e eles definirão o futuro do mercado. Por isso, devemos continuar acompanhando os movimentos e contribuindo com nosso ponto de vista”.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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