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Representantes brasileiros querem reagir a tentativas de boicote à carne do Mercosul

30 nov 2024, 13:00 - atualizado em 30 nov 2024, 14:59
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A tensão começou com protestos realizados por produtores rurais franceses, contrários ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia. (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)

Senadores e deputados que representam o Brasil no Parlamento do Mercosul (Parlasul) devem discutir o boicote à carne bovina sul-americana na próxima Sessão Plenária do Parlasul, que acontece em dezembro no Uruguai. Acordo de livre comércio com a União Europeia pode ser assinado ainda em 2024.

Na semana passada, o CEO global do Carrefour (CRFB3), Alexandre Bompard, anunciou em suas redes sociais que a empresa assumia o compromisso de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul, além de fazer críticas à qualidade da carne da região.

Diante da repercussão negativa, com direito a interrupção de fornecimento de carne à rede varejista no Brasil, a empresa voltou atrás e enviou uma carta de desculpas ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Outra rede francesa, o grupo Les Mousquetaires (dono das marcas Intermarché e Netto) também se comprometeu a não adquirir mais carne do bloco sul-americano.

O senador Nelsinho Trad, presidente da Representação Brasileira no Parlasul, manifestou preocupação com os recentes boicotes aos produtos brasileiros, em nota divulgada na última segunda-feira (25).

“Uma atitude como essa impacta diretamente aquele que investiu para poder produzir uma carne de qualidade, referenciada, com condições sanitárias adequadas, com embalagens adequadas, para poder exportar seus produtos para a Europa”, afirmou o parlamentar em reunião no Senado.

Tensão entre produtores da União Europeia e Mercosul

A tensão entre empresas da França e do Brasil começou com diversos protestos realizados por produtores rurais franceses, que se colocam contra o acordo de livre comércio negociado entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

Também nesta semana, o deputado francês Vincent Trébuchet comparou a carne brasileira a “lixo” durante uma sessão na Assembleia Nacional da França. O parlamentar ganhou uma resposta do presidente Lula durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada. Quem apita é a Comissão Europeia. A Ursula von der Leyen (presidente da comissão) tem procuração para fazer o acordo e eu pretendo assinar ainda este ano”, disse o presidente.

A Comissão de Agricultura (CRA) do Senado aprovou uma moção de repúdio contra o deputado francês. O presidente do colegiado, senador Alan Rick (União-AC), afirmou que a manifestação do deputado francês é uma atitude que “envergonha a França”, e defendeu os produtores brasileiros.

A Representação Brasileira no Parlasul emitiu uma nota oficial anunciando que levará o tema à Sessão Plenária, que acontece em Montevidéu, no Uruguai, de 9 a 12 de dezembro.

“Nosso objetivo é discutir estratégias para enfrentarmos conjuntamente essa medida injusta, que prejudica diretamente os produtores não apenas do Brasil, mas de todos os países do Mercosul”, diz o documento.

“O Parlasul atuará politicamente para estimular o diálogo com a União Europeia, garantindo que os interesses do nosso setor produtivo sejam defendidos”, finaliza.

*Com informações da Agência Senado

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gustavo.silva@moneytimes.com.br

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