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Ricardo Baraçal: Câmbio as a Service, um caminho sem volta

10 nov 2020, 19:08 - atualizado em 10 nov 2020, 19:08
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“Hoje já podemos afirmar categoricamente que existe um mercado conhecido como CaaS, o ‘Câmbio as a Service'”, afirma o colunista (Imagem: Reuters/Nicky Loh)

A tecnologia nunca foi tão presente e necessária em nossas vidas. Em praticamente todas as áreas que abrangem nosso dia a dia, nos deparamos com algo que foi programado para ser melhor ou mais barato do que era – muitas vezes, as duas coisas, simultaneamente. A internet, sem dúvida, é o principal destes expoentes. Foi ela que permitiu a criação de algo que revolucionou todas as nossas relações e a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor. Falamos aqui do conceito de Software as a Service (SaaS) ou Software sob Demanda.

É o SaaS que nos permite oferecer um serviço pela internet via uma solução tecnológica. Com esta configuração, o consumidor tem acesso a determinado serviço, sem qualquer necessidade de instalação, manutenção ou atualização de hardwares ou softwares, bastando apenas uma conexão de internet.

Estes softwares, por sua vez, são executados nos servidores de empresas provedoras, que têm a responsabilidade de gerenciar o acesso e manter a estrutura de segurança de dados, conectividade e servidores necessários para o serviço.

Quais as vantagens em ter um SaaS no Câmbio?

As empresas provedoras de SaaS vêm ganhando força, devido aos muitos benefícios e às oportunidades oferecidas por esse modelo aos negócios de todos os portes e tipos. Com o câmbio não poderia ser diferente. Apesar deste setor ter sido um dos que mais demorou para abraçar a tecnologia no universo do mercado financeiro, este atraso tem sido minimizado e as empresas do setor têm se esforçado para proporcionar o que há de mais moderno a outras companhias e até mesmo para seus clientes finais.

Hoje já podemos afirmar categoricamente que existe um mercado conhecido como CaaS, o “Câmbio as a Service”. Este serviço era algo inimaginável até poucos anos atrás, visto que o setor era monopolizado por grandes bancos, que cobram taxas enormes, desproporcionais ao serviço que praticam.

Em prol da modernização do setor, algumas fintechs de câmbio têm investido pesado em desenvolvimento de tecnologia e hoje, através de plataformas aberta, oferecem uma integração simplificada, barata e com poucas barreiras de entrada, o que permite transformar qualquer correspondente cambial em uma empresa de tecnologia que realiza operações de câmbio.

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“Assim como o SaaS, o CaaS também é uma tendência sem volta para os serviços de câmbio, fundamental não apenas pela experiência, mas também agilidade e custos baixos agregados”, comenta Ricardo Baraçal (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Com um CaaS, por exemplo, um correspondente cambial pode se valer da sofisticação e funções de um software de câmbio, sem os encargos regulares de manutenção, taxas e custos iniciais de licença. Com um sistema em nuvem já está configurado, podem iniciar seu trabalho rapidamente, de qualquer computador ou dispositivo móvel.

Além disso, muitos desses sistemas fornecem APIs (Interfaces de Programação de Aplicativo), que possibilitam a integração a aplicativos existentes, permitindo, por exemplo, uma personalização de um simulador de operações.

Uma coisa é certa: os Softwares as a Service hoje estão em presentes em nossas vidas e rotinas. Eles pautam a forma como nos locomovemos pelas cidades, como consumimos e até mesmo como contratamos alguns serviços.

Assim como o SaaS, o CaaS também é uma tendência sem volta para os serviços de câmbio, fundamental não apenas pela experiência, mas também agilidade e custos baixos agregados.

E por mais curioso que possa parecer, esta tecnologia acessível não está ainda tão presente nos grandes bancos, mas, sim, nas fintechs. São estas jovens empresas que investem intensivamente em base tecnológica e que devem, cada vez mais, impactar um mercado repleto de oportunidades.

Muita coisa já foi feita, mas há ainda um mar imenso a ser desbravado. A revolução do câmbio, sem dúvida, é a próxima onda do mercado financeiro.

Ricardo Baraçal é sócio diretor da Frente Corretora de Câmbio. Formado em Administração de Empresas, ingressou no mercado financeiro em 2004, quando foi para o Citibank, após passar pelo programa de Trainee na AMBEV. Em 2010, assumiu a área de expansão e novos negócios da XP Investimentos com a missão de transformar novos profissionais do sistema financeiro em agentes autônomos. Passou pela Guide Investimentos e, algum tempo depois ingressou na Otimize Câmbio. Na transição do mercado de investimentos para o mercado de câmbio, apostou, em parceria com os sócios da Frente Corretora, no desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas a um segmento de mercado concentrado em poucos players.
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Ricardo Baraçal é sócio diretor da Frente Corretora de Câmbio. Formado em Administração de Empresas, ingressou no mercado financeiro em 2004, quando foi para o Citibank, após passar pelo programa de Trainee na AMBEV. Em 2010, assumiu a área de expansão e novos negócios da XP Investimentos com a missão de transformar novos profissionais do sistema financeiro em agentes autônomos. Passou pela Guide Investimentos e, algum tempo depois ingressou na Otimize Câmbio. Na transição do mercado de investimentos para o mercado de câmbio, apostou, em parceria com os sócios da Frente Corretora, no desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas a um segmento de mercado concentrado em poucos players.
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