CryptoTimes

Rudá Pellini: 12 anos do paper “Bitcoin: a peer to peer electronic cash system”

16 nov 2020, 10:33 - atualizado em 16 nov 2020, 10:41
Confira, neste artigo por Rudá Pellini, cofundador do Wise&Trust, por que, depois de 12 anos, o futuro ainda será do bitcoin (Imagem: Unsplash/@cliffordgatewood)

No último dia 31 de outubro, foi comemorado o aniversário de 12 anos da publicação do paper “Bitcoin: A Peer to Peer Electronic Cash System” (em português, “Bitcoin: um sistema de caixa eletrônico ponto a ponto”).

Satoshi Nakamoto deu origem a essa brilhante invenção, que vem revolucionando a maneira como conhecemos e entendemos o dinheiro e a forma que transmitimos e armazenamos valor.

Casualmente, nesse mesmo dia, o bitcoin também ultrapassou, pela primeira vez o valor de R$ 80 mil, demonstrando a força e o potencial que tem como um ativo de diversificação na carteira.

Imagine postar uma ideia de um sistema inovador, começá-lo e, algum tempo depois, desaparecer. 12 anos depois, você descobre que esse sistema continuou funcionando e está rodando com 99.98% de “uptime”, com a última interrupção da rede tendo ocorrido há mais de sete anos.

Você descobre também que o seu despretensioso sistema já possui milhões de usuários ativos e até empresas listadas em bolsa usando como reserva.

Tudo isso sem nenhum CEO ou time de desenvolvedores remunerados e sem fazer qualquer publicidade. Um sistema movido e gerido por pessoas com interesses comuns e que, apesar de ter sido declarado morto 383 vezes, segue funcionando.

“HODL”, por mais que tenha sido um erro de digitação, virou um “mantra” na comunidade cripto para que você invista em bitcoin a longo prazo (Imagem: Freepik)

Muitos se perguntam de onde vem a expressão HODL e o que isso significa. A origem foi criada em 2013, depois de um post no Bitcoin Talk, quando um usuário, ao escrever que estava “holdando”, (estratégia de investimento de longo prazo, conhecida como “buy-and-hold”), escreveu hodlando, após ter tomado algumas doses de whisky.

Você deve se perguntar, por que iniciar um artigo com essa explicação? Vamos lá.

Alguns acreditam que HODL representa um acrônimo para “Hold On for Dear Life”, algo como “Guarde por Toda a Vida”. Não foi essa a intenção original da sigla, mas acredito que cabe bem ao momento e ao ativo.

Em tempos de injeção trilionária de moeda pelos maiores bancos centrais do mundo, ter bitcoins em carteira tem se mostrado uma estratégia acertada.

Os HODLERS (expressão utilizada para designar quem faz o hold de bitcoin) têm tido um resultado satisfatório, como podemos ver na evolução de preço — inclusive no dia 31 de outubro:

Ao ver o avanço das discussões sobre a criação de moedas digitais emitidas por Bancos Centrais, as moedas digitais emitidas por banco central (CBDCs), percebo cada vez mais a importância de entender sobre esse mercado e essa classe de ativos digitais.

Basicamente, tentar impedir que essa tecnologia aconteça é o mesmo que colocar o gênio de volta na garrafa.

Como vimos com o desenvolvimento da internet, as moedas digitais e a possibilidade de digitalização de ativos marcam uma mudança de paradigma na forma como pensamos sobre pagamentos, processos financeiros tradicionais e envolvimento na atividade econômica. Ignorar esses desenvolvimentos não os fará desaparecer.

Olhando pro mercado, temos de um lado um dólar enfraquecido, que aumentou sua base monetária (M2) em mais de 17% desde o início da crise em março.

Além disso, temos um aumento recorde de US $ 2 trilhões em depósitos nas contas bancárias americanas desde que o coronavírus atingiu os EUA pela primeira vez em janeiro.

Emissão desenfreada de dólar pode servir como um direcionador para o bitcoin, já que a criptomoeda possui uma emissão fixa de 21 milhões, não podendo ser alterada (Imagem: Freepik)

O volume de dinheiro que fluiu para os bancos não tem precedentes na História: somente em abril, os depósitos subiram para US$ 865 bilhões, mais do que o recorde anterior de um ano inteiro.

E quando olhamos para os mercados e para o “dinheiro” do mundo, o cenário muda muito.

Para fazer uma comparação, hoje, o mercado de criptomoedas vale cerca de US$ 430 bilhões, aproximadamente 4% do valor de mercado do ouro, que é de US$ 10 trilhões. Somente os gastos militares globais são de US$ 1,7 trilhão.

O patrimônio de todos os bilionários? US$ 8 trilhões.

Agora pense na conscientização sobre o bitcoin, em todas as pessoas que já ouviram falar a respeito desse ativo. Praticamente todo mundo já recebeu alguma informação (ou desinformação) a respeito desse ativo ou desse mercado.

Pelo menos, já ouviu falar. E apesar de ter sido o melhor ativo em performance da década passada, do primeiro semestre de 2020 e, provavelmente, do ano, ainda faz parte de um mercado muito novo e relativamente pequeno.

Somente a Apple (APPL) tem um valor de mercado de cinco vezes maior que o mercado de criptoativos inteiro. E é aí que as coisas ficam mais interessantes. Muito já se falou sobre o potencial disruptivo desse mercado, mas você já parou para analisá-lo em perspectiva?

Depois de tudo isso, de você analisar e entender o movimento que estamos passando, termino com a frase: Hold On for Dear Life, ou Guarde por Toda a Vida.

Cofundador da Wise & Trust
É cofundador e responsável pela área de novos negócios da Wise&Trust, fintech americana que aplica inteligência artificial e blockchain para desenvolver produtos financeiros com ativos digitais. Abriu seu primeiro negócio aos 14 anos e, desde então, vem ensinando e impactando milhões de pessoas positivamente. Seu primeiro contato com o Bitcoin aconteceu no fim de 2015 e, no ano seguinte, decidiu estudar e se aprofundar no tema. Em 2020, lançou o seu livro intitulado "O Futuro do Dinheiro", que está disponível nas principais livrarias do país.
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É cofundador e responsável pela área de novos negócios da Wise&Trust, fintech americana que aplica inteligência artificial e blockchain para desenvolver produtos financeiros com ativos digitais. Abriu seu primeiro negócio aos 14 anos e, desde então, vem ensinando e impactando milhões de pessoas positivamente. Seu primeiro contato com o Bitcoin aconteceu no fim de 2015 e, no ano seguinte, decidiu estudar e se aprofundar no tema. Em 2020, lançou o seu livro intitulado "O Futuro do Dinheiro", que está disponível nas principais livrarias do país.
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