Agronegócio

Safra de soja do Brasil está “excepcional”, com exceção do RS, diz AgRural

17 fev 2020, 13:23 - atualizado em 17 fev 2020, 13:23
Soja
A produtividade estimada para soja gaúcha da AgRural é agora de 51 sacas por hectare (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A produção brasileira de soja na safra 2019/20 deverá atingir um recorde de 125,6 milhões de toneladas, com ótimas perspectivas na maior parte do país, avaliou nesta segunda-feira a consultoria AgRural, em momento em que a colheita já foi finalizada em mais de um quinto da área plantada, em ritmo em linha com a média histórica.

Até janeiro, a consultoria projetava uma produção de 123,9 milhões de toneladas, mas os números foram revisados para cima diante de boas expectativas para a maior parte das principais regiões produtoras, com exceção do Rio Grande do Sul, onde o tempo mais seco mantém as atenções do setor.

Se a atual projeção for mantida quando a colheita estiver finalizada, o Brasil –tradicionalmente o maior exportador global e também o maior produtor em 2019/20– vai aumentar a produção da oleaginosa em mais de 10 milhões de toneladas, na comparação com os números oficiais de 2018/19.

“Uma excepcional safra brasileira. Claro, temos alguns problemas no Rio Grande do Sul… Fizemos um novo corte no Rio Grande do Sul, só que as produtividades muito boas nas outras regiões do Brasil acabaram compensando”, disse o analista Adriano Gomes à Reuters.

A produtividade estimada para soja gaúcha da AgRural é agora de 51 sacas por hectare, versus 55,4 sacas do número oficial da temporada anterior.

De outro lado, a AgRural vê safras recordes em vários Estados: Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde o plantio foi atrasado neste ano por irregularidade nas chuvas, muitos produtores estavam plantando ainda em janeiro, enquanto alguns produtores já estavam colhendo em Mato Grosso.

“No Matopiba, mantivemos a produtividade, só que o clima está sendo bem favorável agora. Se continuar chovendo até março, devemos ter produtividades melhores por lá.”

No Rio Grande do Sul, “a primeira quinzena de fevereiro foi muito seca”, com muitas plantações em período de enchimento de grãos. Dessa forma, pode ser que a projeção para o Estado tenha algum ajuste negativo na próxima estimativa, revelou Gomes.

No Paraná, outro grande produtor, a colheita está ainda “engatinhando”, após um plantio tardio.

“Deram algumas chuvas semana passada, acabou atrapalhado um pouco. Se o clima continuar firme, deve dar uma ‘estilingada’ no Paraná.”

Ainda que a colheita de soja esteja atrasada no Paraná, o analista acredita que produtores vão plantar o milho segunda safra na área planejada, mesmo que fora da janela climática ideal, devido aos bons preços do cereal.

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