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Safra recorde e câmbio podem reduzir inflação e fazer PIB do agro crescer mais de 9%, diz analista

11 maio 2023, 18:55 - atualizado em 11 maio 2023, 18:55
Frutas Fruticultura Alimentos safra inflação
Na visão de pesquisador da FGV Agro, o avanço de 15,2% na produção de grãos do Brasil na temporada 22/23 pode resultar em menores preços (Imagem: Unsplash/@ja_ma)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra 2022/2023 de grãos atinja 313,9 milhões de toneladas. Os dados foram publicados nesta quinta-feira (11), no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023.

Se confirmado, o volume representa um crescimento de 15,2% em relação à 2021/22, o que representa um aumento de 41,4 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde na série histórica

Perspectivas para inflação

Na visão do pesquisador da FGV Agro, Felippe Serigati, a safra mais “robusta” de grãos nesta temporada pode resultar em redução da inflação sobre os preços dos alimentos.

“Devemos ver um aumento também para cana-de-açúcar e para produção de carnes, por conta do ciclo positivo do boi gordo, o que se traduz em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio entre 8% e 9%, com projeções ainda mais otimistas”, explica.

No entanto, apesar do maior volume de safra resultar em uma menor pressão sobre a inflação dos alimentos, Serigatti destaca que em anos anteriores de volumes recordes essa redução não se traduziu na prática.

“Em 2022 nós tivemos uma safra expressiva, maior do que 2021, só que a Guerra na Ucrânia jogou os preços das commodities nas alturas, o que, apesar do volume expressivo, não resultou em uma menor pressão inflacionária no Brasil, que não se trata de uma questão de inflação, e sim de conjuntura internacional”, diz.

Câmbio

Além desse fator, o comportamento do dólar no nosso mercado cambial também contribui com uma menor pressão da inflação, na avaliação de Serigati.

“Em 2020, olhando para um passado recente, nós tivemos uma safra grande e por isso a pressão de alimentos cedeu, já que de um lado, devido à pandemia, nós vimos uma forte escalada do câmbio. E as commodities são precificadas em dólar, com isso, quando trazemos esse preço para dentro da nossa fronteira, em reais, essa conversão é feita com base na taxa de câmbio vigente. Assim, se o câmbio cresce, os preços reais também sobem e pressionam a inflação de alimentos”, pontua.

Por fim, Serigati conclui que a combinação da taxa de câmbio atual, que orbita em R$ 5 por dólar, aliada a um cenário de estabilidade no cenário internacional e produção recorde no Brasil pode contribuir para uma menor pressão inflacionária dos alimentos.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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