Comprar ou vender?

Santander (SANB11) tropeça no 4T23 mas dá sinais de que tempestade passou; é hora de comprar?

31 jan 2024, 14:33 - atualizado em 31 jan 2024, 14:38
santander, banco
Apesar do tropeço no 4T23, nem tudo está perdido para Santander, dizem analistas (Imagem: REUTERS/Kacper Pempel)

Após divulgar um lucro decepcionante no quatro trimestre de 2023 (4T23), o Santander (SANB11) figura na ponta negativa do Ibovespa (IBOV), em dia de alta do índice. Às 14h05, as ações recuavam 2,19%, cotadas a R$ 28,56.

Apesar da reação inicial, nem tudo está perdido. Segundo o Safra, os números vieram, de fato, abaixo das estimativas, mas mostraram bons resultados operacionais, especialmente devido a melhores tendências de receitas, apesar da volatilidade na formação de crédito não produtivo (NPL).

“Isso é uma leitura positiva para o setor, uma vez que as receitas foram a maior decepção no terceiro trimestre para os bancos em geral, enquanto cada banco mostrou tendências específicas na qualidade dos ativos”, dizem os analistas.

Segundo o BB Investimentos, apesar do tropeço na inadimplência, o Santander começa 2024 com otimismo. “Excluindo a inadimplência, que foi o ponto baixo do resultado do quatro trimestre, as dinâmicas não parecem ruins”, afirma Rafael Reis.

O Safra tem recomendação neutra para SANB11. Já o BB indica compra, com preço-alvo em R$ 33,80, e espera uma melhor digestão dos resultados por parte do mercado, à medida que as tendências subjacentes de crédito, margens e inadimplência sejam levadas em consideração.

“O resultado trouxe um mix de melhoras em algumas tendências — muitas já vistas no resultado do terceiro trimestre — com ligeiras decepções em algumas métricas, mas não suficientes para mudar nosso ponteiro na manutenção da recomendação de compra atualmente para o papel”, avalia Reis.

Analistas estão otimistas para 2024

Os analistas destacam que a confiança na sinalização de ímpeto de crescimento de carteira do Santander no quatro trimestre revela um maior otimismo para 2024. Eles preveem que o banco recupere o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), embora a qualidade dos ativos deva permanecer volátil.

Do lado das receitas, o Santander pode se beneficiar de um contexto de queda na Selic e projeções de melhoria na inadimplência para a indústria como um todo. Além disso, os custos de captação devem cair, o mix deve ser mais rentável e a receita de tesouraria pode seguir em compasso de recuperação.

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Já do lado das despesas, dúvidas pairam sobre a estrutura de custos, que está pressionada e sem sinalizadores de melhoria, exceto por uma convergência baixista da inflação sobre os índices de reajustes de despesas.

“Apesar do tropeço no quatro trimestre, ainda estamos mais contagiados pelas melhorias sinalizadas no terceiro trimestre, e nesse momento optamos pela manutenção do benefício da dúvida, imaginando que a piora marginal da inadimplência seja passageira, já que se dá após o estabelecimento de um mix de crédito mais conservador, e ainda em oposição ao esperado pelo setor como um todo”, diz Reis, do BB.

Os números do Santander no 4T23

O Santander teve lucro líquido de R$ 2,204 bilhões no trimestre, alta anual de 30%, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (30).

O número veio bem abaixo do esperado, uma vez que o consenso do mercado, reunido pela Bloomberg, apontava para um lucro de R$ 2,8 bilhões. O lucro foi negativamente impactado por perdas de crédito nas operações com grandes empresas.

receita da companhia somou R$ 19,535 bilhões — avanço anual de 11% —, impulsionada por bons resultados com cartões e seguros. As despesas em geral apresentaram crescimento elevado em função aos gastos maiores com serviços de terceiros e processamento de dados.

Já o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,1%, alta de 0,1 ponto percentual no trimestre. A provisão para devedores duvidosos (PDD) foi negativa, de R$ 6,837 bilhões.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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