Santander vê chance real de governo cumprir meta fiscal de 2025 após revisão orçamentária

O Santander avalia que o governo pode cumprir a meta fiscal de 2025 após a primeira revisão orçamentária do ano, divulgada nesta quinta-feira (22). O contingenciamento de R$ 31,1 bilhões veio acima das expectativas do mercado, cuja mediana era de R$ 10 bilhões.
Mesmo com a elevação do limite de gastos em R$ 12,4 bilhões, o esforço líquido seria de R$ 18,9 bilhões, valor próximo do limite superior estimado pelo próprio Santander.
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Com isso, o Santander considera viável o cumprimento da meta primária de 2025, fixada em zero, com margem de tolerância de 0,25% do produto Interno Bruto (PIB).
“Do lado da receita, houve um déficit de R$ 42 bilhões em relação ao orçamento aprovado em abril. A lacuna em relação ao nosso cenário diminuiu para R$ 8 bilhões. Embora a dependência de receitas extraordinárias no segundo semestre permaneça, os números estão mais em linha com as expectativas”, disse.
Entre os cortes, estão R$ 26 bilhões em julgamentos do CARF e R$ 5 bilhões em transações tributárias. As concessões ferroviárias foram zeradas, mas houve compensação com alta de R$ 10 bilhões nos dividendos de estatais, principalmente BNDES e Caixa. Concessões de petróleo podem adicionar cerca de R$ 20 bilhões.
Do lado das despesas, houve um aumento de R$ 25,8 bilhões, com crescimento de R$ 36,4 bilhões em gastos obrigatórios e corte de R$ 10,6 bilhões nos discricionários. Os gastos com o BPC devem alcançar R$ 122 bilhões, com risco de alta, e foi incluído um crédito extraordinário de R$ 4,5 bilhões para o Plano Safra.
A próxima revisão orçamentária está marcada para 22 de julho. Já a proposta de Orçamento de 2026, prevista para 31 de agosto, pode trazer medidas adicionais para atingir a nova meta de superávit de 0,25% do PIB, disse o banco.