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Selic a 10,75%: Tom do BC em comunicado foi duro? Veja o que dá para esperar do Ibovespa nesta quinta (21)

20 mar 2024, 20:25 - atualizado em 20 mar 2024, 20:25
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Ibovespa terá pregão centrado em juros no Brasil e nos Estados Unidos nesta quinta (21) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por um novo corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Com isso, o patamar caiu de 11,25% para 10,75% ao ano.

Como a decisão veio em linha com o que o consenso do mercado esperava, as atenções recaíram sobre o comunicado do Banco Central.

Segundo Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, o que mais chamou a atenção foi o fato de o BC citar que o comitê antevê “redução de mesma magnitude na próxima reunião”.

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“O fato de citarem que esperam mais um corte de juros na ‘próxima reunião’ no singular, e não no plural, deixa um clima de incerteza do que pode acontecer nas próximas reuniões. Mas também penso que pode ser apenas uma forma de comunicar para que o governo mantenha os objetivos fiscais”, diz.

Na ponta mais otimista, Moura acredita que existe espaço para novos cortes de 0,50 ponto percentual.

Enquanto isso, também puxando o fator da incerteza, Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, avaliou o tom do comunicado como bem hawkish.

“O comunicado destaca preocupações com o externo, sabe que os dados recentes continuam sendo preocupantes. Mas eu acho que o trecho mais importante foi que eles tiram o plural na indicação dos próximos passos.”

Ibovespa ganhará tração?

Para Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, o tom do comunicado do BC veio levemente mais hawkish e deixou uma visão mais dependente de dados.

Apesar disso, Vieira avalia que o comunicado não altera a taxa longa de juros, que acaba sendo influenciada por outros fatores, “como pontuado pelo comunicado do Bacen sobre a dinâmica fiscal e o balanço de risco dos juros nos mercados desenvolvidos”.

“A expectativa ao ler o comunicado e ver o que está precificado na curva de juros é de mais quedas ao longo de 2024. Dessa forma, é uma expectativa otimista, uma vez que muitas classes de ativos acabam tendo correlação negativa com os juros. Quanto menos juros na economia, mais ‘barato’ fica o dinheiro”, explica.

O sócio da Matriz Capital não vê grandes surpresas para a abertura do Ibovespa amanhã. Segundo Moura, o índice pode abrir positivo, ainda mais com a decisão e as sinalizações do Federal Reserve (Fed) sobre os juros nos Estados Unidos.

O banco central americano decidiu manter nesta quarta-feira (20) a taxa de referência dentro da faixa de 5,25-5,50%. Jerome Powell, presidente da autarquia, apesar de reforçar a cautela, disse que as últimas leituras de inflação elevada não mudaram a “história” subjacente da queda lenta das pressões de preços dos Estados Unidos, mas os dados também não reforçaram a confiança do banco central norte-americano de que a batalha contra a pressão inflacionária foi vencida.

Seguindo o movimento positivo dos mercados em Wall Street após a decisão do Fed, o Ibovespa fechou em alta de 1,25%, acima dos 129 mil pontos.

Hoje, no pregão estendido da Bolsa de Nova York, o iShares MSCI Brazil ETF (EWZ), também conhecido como Ibovespa dolarizado, chegou a ganhar impulso nos minutos posteriores à divulgação da decisão do BC, mas virou para baixa, operando por volta das 20h15 em leve queda de 0,21%.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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